Natal. Virá Papai Noel ou Ali Babá?

Amadeu Robson Cordeiro

No ano passado, no período natalino, muitos paraibanos procuraram seus presentes em torna da árvore de Natal, embaixo da cama ou mesmo em seus parcos contra cheques. Papai Noel não veio e suas renas foram pastar em Estados vizinhos mais acolhedores e exitosos. Do titulo acima não sei quem saíra na foto. Mesmo assim, gostaria de dizer ao meu caro Governador que não nos conhecemos bem. Depois dos tempos de criança creio que o máximo que conversamos foram alguns cumprimentos trocados nos corredores ou salões dos encontros e eventos patrocinados pelo SINDIFISCO-PB, e nada mais. Embora você nunca tenha dado uma prova cabal de genialidade ou plena consciência política, mesmo assim, apesar do seu alarido não posso afirmar com tanta certeza que és no todo um despolitizado, acomodado e tão insensível.

Simplesmente porque não o conheço tão bem. O mesmo não vale para você, que, creio eu, num momento de amargor e ira, depois de atacar os servidores públicos em geral, resolveu agredir gratuitamente a categoria fiscal paraibana com farpas, espetos e canetadas. O que dizer da arrecadação do Fisco Estadual Sr. Governador? Fale ao público, fale na mídia, transmita ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público, a Assembleia Legislativa, ao Tribunal de Contas, afinal, todos recebem o duodécimo, não é Sr. Governador. Diga os números alavancados por esta categoria extremamente achatada, mas que não declina das suas atribuições, da sua consciência e do seu respeito pela Paraíba.

Estou falando dos seus desabafos eloquentes em tom de ironia. Sua teoria é no mínimo absurda e com certeza, preconceituosa. Depois de ouvir e ler frases do seu governo onde tentam rotular, desacreditar e desqualificar os direitos da categoria fiscal, fiquei esperando que vocês também dissessem que “em favela só mora malandro” ou que “todo negro é vagabundo”. Você critica as entidades representativas como egocentristas. Afinal de contas, o que você chama de inteligência e politização? Presumo que os inteligentes sejam os seus amigos e os politizados, os que concordam com você.

Prosseguindo com minhas reflexões, lembro que nesta categoria conquistei grandes amigos, pessoas com quem tenho uma enorme afinidade e com quem espero conviver até muito tempo, muito tempo depois do fim do seu governo. Sim governador, na nossa categoria temos colegas cheios de qualidades e de quem temos muito orgulho. Idéias contrárias existem, mas, no final todos concordam em assegurar os seus direitos. É um fato e o senhor não pode contestar.

Mesmo com toda truculência do seu governo, acho que ainda temos salvação porque, como você bem sabe, na política de vez enquanto, do meio dessas pessoas comuns surgem algumas de certa expressão, que crescem, adquirem o carinho e respeito da população, e põem por terra currais de coronéis antigos da oligarquia mandatária que hoje, infelizmente, tentam se manter pela mentira e subserviência política no colo manso do poder. Ressalto: não esperamos, obviamente, e por analogia por uma despolitizada e ignorante camponesa Joana d’Arc, ou mesmo, o carpinteiro/cabeludo Jesus Cristo, que não era sacerdote nem doutor da lei, mas tinha sua política do bem.

Finalizando Sr Governador, quanto ao seu desprezo com os servidores públicos, asseguro que o título está em voga, confirmando que nem todos sabem assobiar enquanto comem farofa, ou falar bem depressa “Os três tigres tristes”. Tente, você conhece os felinos. É uma pena. Não somos iguais.