Policiais de todo o Brasil argumentam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) os traiu. A alegação dos profissionais é que propostas prometidas em época de eleição pelo então candidato ajudariam a categoria, mas que elas foram descartadas após eleito. A declaração é do presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e um dos líderes da União de Policiais do Brasil, Dovercino Neto.
Em entrevista à BBC News Brasil, Dovercino disse que passou de apoiador do presidente durante a campanha para, hoje, mais um crítico do governo.
“Fiz campanha, falei para os meus amigos e família voltarem no Bolsonaro porque ele ajudaria nossa categoria, seria a favor da segurança e contra a corrupção. A gente se mobilizou, buscou voto. Tudo isso caiu porque ele não nos enxergou depois de eleito, não nos considerou. Para ele, a gente não existe”, explicou.
“Na campanha, o Bolsonaro tinha um perfil e posicionamento a favor do policial, de valorizar e defender a categoria. A grande maioria dos policiais acreditou nesse discurso. Mas, na primeira oportunidade, ele nos traiu ao nos incluir na Reforma da Previdência”, continuou o policial.
Dovercino disse que atualmente, um “segundo golpe” está a caminho, com a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial, que cria mecanismos para conter gastos públicos para liberar R$ 44 bilhões extras para custear a volta do auxílio emergencial. Entre os pontos, está o congelamento salarial de parte das categorias policiais por 15 anos.
O presidente da FenaPRF disse que a promessa do presidente, inclusive dada em reunião, é de que a categoria não estaria inclusa no texto, “mas no fim estávamos lá”, alegando traição por parte de Bolsonaro.
“Ele chegou a dar declarações públicas e se reuniu com a gente para dizer que nos beneficiaria na reforma, assim como fez com as Forças Armadas. Mas mentiram para nós. Fizemos três reuniões, uma delas com o então ministro (Abraham) Weintraub, e nos disseram que estaríamos fora do texto, mas no fim estávamos lá”, afirmou.
Fonte: Polêmica Paraíba com Terra
Créditos: Polêmica Paraíba com Terra