O governador João Azevêdo (Cidadania) rebateu, na tarde desta terça-feira (9), as críticas feitas pelo prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), de que Campina Grande não poderia ser ‘penalizada’ por acolher cidadãos de outras cidades da região, como aconteceu na sua visão, na nova classificação do Plano Novo Normal do governo do estado no último sábado (6).
“É inimaginável que você tenha uma doença que já matou 2,6 milhões de pessoas no mundo, que a gente discuta medidas protetivas e alguém seja contrário a essa posição. O prefeito foi mal assessorado, passaram para ele informações inverídicas sobre o número de leitos”, disse, em entrevista à Rádio Pop FM.
O governador fez referência aos dados trazidos por Bruno no domingo (7). Utilizando como referência o Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB), Bruno afirmou que João Pessoa tinha, em meados de 2020, 128 leitos de UTI, e em 19 de fevereiro de 2021, apenas 75. No caso de leitos de enfermaria, o município teria sofrido uma queda de 291 para 90, no mesmo período, segundo o prefeito.
Na entrevista, João Azevêdo trouxe números como forma de resposta aos dados divulgados pelo prefeito campinense: “A Paraíba viveu seu pior momento no final de julho do ano passado. Estamos hoje em um pior momento, mais complicado ainda que o ano passado, e no dia 6 de agosto, nós tínhamos em João Pessoa, 193 leitos de UTI e 273 leitos de enfermaria, e no dia 7 de março, temos em João Pessoa 212 de UTI e 281 de enfermaria. Nós temos mais leitos de UTI e de enfermaria do que tínhamos no dia 6 de agosto do ano passado, demonstrado que o dado que o prefeito passou não é verdadeiro”, respondeu.
João Azevêdo, no entanto, minimizou o conflito gerado desde as declarações de Bruno e pregou união de todo o estado no combate à pandemia, detalhando a importância das cidades de João Pessoa e Campina Grande nesse combate.
“Eu não quero alimentar essa discussão. Eu quero e busco, fazer entender que nós precisamos estar unidos nesse momento de enfrentamento da pandemia. Se não, nós não vamos chegar a lugar nenhum”, argumentou.
“Não existem ilhas na Paraíba, existem 223 municípios que precisam ter assistência. O cidadão de qualquer município da Paraíba precisa ter assistência. E quem tem referência, quem tem que fazer isso é o governo do estado, através de sua rede espalhada pelo Estado, é a prefeitura de João Pessoa aqui na Região Metropolitana e a prefeitura de Campina Grande, e essas prefeituras são chamadas porque recebem recursos para tal”, prosseguiu.
“Essa é a grande questão, e em uma hora dessa imaginar que qualquer município é uma ilha e que só tem que pensar nele, é um equívoco muito grande. E eu não vou nessa direção”, finalizou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba