O que significa o silêncio de Cartaxo?

Depois de ter administrado a cidade de João Pessoa por oito anos, o ex-prefeito Luciano Cartaxo parece ter se desconectado de vez da política. Ou talvez o silêncio momentâneo seja uma forma resiliente demonstrada pelo clã político ao ter acumulado duas amargas derrotas: a de seu irmão Lucélio Cartaxo, quando pleiteou ser governador, e a de sua cunhada, a ex-secretária de educação Edilma Rodrigues quando candidatou-se à prefeita de João Pessoa; ambos sequer foram para o segundo turno, o que pode ter causado um certo entristecimento coletivo resultando no silêncio.

Mesmo com todas essas adversidades, Luciano Cartaxo continua sendo um protagonista no contexto da política paraibana, pois não se deve desmerecer um homem público que já foi vereador, deputado, vice-governador, e prefeito por duas vezes da maior cidade do estado, João Pessoa.

Porém, o que nos chama atenção é o fato de que, há quatro anos, Cartaxo estava intrinsecamente interligado com a política onde participava de todas as reuniões de bastidores, enquanto hoje, quando já está começando a haver as movimentações políticas por parte das grandes lideranças políticas, não se vê sequer uma citação ao nome do ex-prefeito pessoense, seja nas mídias sociais ou mesmo nos meios de comunicação tradicional.

Será que toda essa resiliência reflexiva de Luciano Cartaxo é uma estratégia de mudança de ideologia política? Ou seja, será que ele está deixando o agrupamento Cunha Lima a quem esteve agregado em 2018 e que agora estará de volta ao seu passado ideológico original, quando fazia parte do Partido dos Trabalhadores (PT)? Pois, se esta última pergunta for verdadeira, ele poderá se aliar ao governador João Azevedo, já que a característica do Cidadania (partido do governador) é mais voltado ao centro-esquerda.