Bruno Filho
Há exatamente 48 anos atrás eu assisti à minha primeira partida de futebol, lembro exatamente o local, Estádio do Pacaembú, e o jôgo, Seleção Brasileira, num amistoso,aonde derrotou a Seleção de Portugal por 2 x 0.Ao lado de meu irmão Chico Sobrinho, minha mãe toda vestida num terninho verde musgo, e meu pai, elegante como sempre.
Sentamos na Tribuna de Honra do Pacaembú, aquelas mordomias dignas de um profissional de imprensa bem quisto por todos.Coisas do velho Muniz.Bem, vamos lá,depois disso podem calcular que eu devo ter assistido ao vivo uns 1.500 jogos, que somados à televisão passam de 5.000.Transformados em gols ,podem acreditar já vi mais de 20.000 deles.
Pois bem,vi alguns maravilhosos e nem vou dizer aqui quais foram, mas vou citar dois apenas para não passar em branco, o gol de Pelé na Copa do México contra a Tchecoslováquia, depois de um lançamento de Gerson de 50 metros,uma “matada” no peito e o gol de pé trocado.E o outro de Maradona na Copa de 86 contra a Inglaterra, também em solo mexicano.Mas esta semana vi pela televisão não o mais bonito, uns dos 5 mais bonitos, mas o mais plástico e técnico dos 20.000.
Suécia e Inglaterra, reinauguração do lendário Rasunda, aonde nos consagramos em 58, e um atacante de 1,95 de altura tem a petulância de fazer os 4 gols da vitória contra os inventores do futebol, e se não bastasse, o último esta pintura a qual me referi,numa demonstração que “Thor” poderia ser também o Deus do Futebol,na bola acaba valendo tudo.
Se você já jogou futebol algum dia sabe a distância que existe da entrada da área para o gol, parece que é fácil chutar, mas não é, imaginem fazer um gol há 27 metros de distância da baliza ? E ainda , fazer este gol de costas, de bicicleta, e em diagonal ? Tentem isso num campo qualquer por 1.000 vezes e vejam se conseguem apenas uma vez.Não vão conseguir nunca.
Enrtre os profissionais, podem esperar programas de televisão propondo este desafio para breve.Logo,logo, verão apresentadores convidando jogadores profissionais a fazer isso e eles não irão conseguir com facilidade.Lembrem-se que no jogo a valer não tem replay, é uma vez só, e se não conseguir, um abraço…fica pra outra, e ele conseguiu.
Zlatan Ibrahimovic, que nunca será campeão do mundo, pois seu país não ajuda, seus companheiros não ajudam e a tradição não ajuda, ficará lembrado para sempre, pois foi inacreditável.Eu sou fã do Ibra…ele é um cara arrogante,pernóstico,nariz empinado, mas sabe tudo de bola, quando a “cegonha” estava trazendo o esguio rapaz errou de lugar e o deixou antes do tempo na Suécia.
Ibra é brasileiro…só pode ser.Ou no máximo argentino.Alguém que tem a cintura dura e a perna dura não pode fazer um gol como aquele.Sentiram a arrogância do colunista ? Pois é esta arrogância que pode nos roubar a Copa dentro de casa de novo.Ainda nos achamos os melhores do mundo.Somos em alguma coisa ou até em várias coisas da bola,mas não no gol mais bonito.
Esse é escandinavo, lá da terra do frio, aonde não amanhece no inverno, são noites que tem 18 horas,e não anoitece no verão, me lembro do meu pai dizendo que no hotel só se podia dormir com cortina preta.Mas tive um relance aqui…será que Ibra ao cair no chão em algum momento, teve contato com algum pedaço de grama que tenha sido pisado por Pelé ou Garrincha ?
Afinal,é o Rasunda, aonde fomos campeões do mundo.Sei não…olha eu de novo aí achando que só existe Brasil na bola.Prefiro assim, afinal não somos humildes com a redonda,temos os melhores,não consigo me controlar…brincadeira, sei de nossas limitações.Parabéns, “Gigante Escandinavo”, você é um “monstro” não só no tamanho, mas na qualidade.
Bruno Filho, admirador de bom futebol seja lá ou cá, e de “queixo caído” ainda com o gol do sueco.
[email protected]
Twitter:BrunoFComenta