Enquanto acompanha a luta do senador José Maranhão contra as complicações causadas pelo novo coronavírus, em São Paulo, a desembargadora Fátima Bezerra reconforta-se nas memórias que guarda da relação com o marido.
Neste sábado (06), ela buscou forças na mensagem trazida pelo primeiro livro que José Maranhão lhe deu de presente, em 1973.
A obra de Michel Quios, Cristo Está Vivo, fala sobre aquilo que move a fé de milhões de pessoas ao redor do mundo: a fé no Jesus Ressurreto, que nunca mudou e que tem o poder de curar.
A desembargadora Fátima Bezerra acredita que o amor cura, sobretudo quando cremos naquele de quem provém a fonte da vida.
“Não é o sofrimento que salva o homem, é o amor. Nossa luta pode nos conduzir a nada se Jesus Cristo não infiltrar seu sangue em nosso sangue, sua luz nas nossas trevas”, escreveu em texto enviado a este repórter.
Leia, a seguir, a reflexão da desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, escrito no apartamento 1.109 do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.
“O primeiro livro que recebi do meu marido foi de Michel Quoist, Cristo Está Vivo, simplesmente com amor, José Maranhão, 1973.
Quando se ama, sofre-se o sofrimento da pessoa amada.
Chegamos a desfalecer com ela!Numa UTI, nossos olhos não se desviam dos aparelhos que circundam o paciente. Saturação, frequência cardíaca, pressão arterial…
Controle da noradrenalina, da diálise, do oxigênio, do plasma, glicose, alimentação parenteral, aspiração da secreção na traqueostomia.
Tudo funciona como se estivesse numa cápsula espacial em que o comandante que é o paciente, tudo vê e controla.
Mas a realidade é muito dura. O enfermo fica entregue e quando está sedado se transmuda para um espaço inatingível onde os sonhos e os anjos são suas únicas companhias.
Não é o sofrimento que salva o homem, é o amor. Nossa luta pode nos conduzir a nada se Jesus Cristo não infiltrar seu sangue em nosso sangue, sua luz nas nossas trevas.
Li quando adolescente e voltei a reler. A energia do coração tem poder curativo. Os que crêem podem ser usados como instrumentos de cura. Não basta ter um Cristo incógnito. Precisamos de cristãos reveladores. Do Cristo vivo operando milagres.
Meu amor, posso voltar a lhe agradecer pelo presente ?
Jesus, posso repetir meu agradecimento pelo emaranhado de fios que estão a manter vivo meu esposo?
Deus, devo- vos gratidão! As teias de aranha por sobre meu amado diminuem. E ele lindo, de barba feita e bigode bem cuidado, se prepara para soltar aquele largo sorriso! Médicas e enfermeiras, apaixonar-se-ão mas nem terei ciúmes. Afinal ele sempre foi meu e nunca foi só meu! José Maranhão é de quem o ama, de quem o respeita, de quem o admira e até de quem não o conhece, mas deu-lhe o voto, e lhe é devoto. Simplesmente por ele ser quem é. José Maranhão é seu!”
Fátima Bezerra
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Felipe Nunes