Bancada do Cariri

Paulo Santos

Até o final da legislatura passada o Cariri paraibano contava com quatro representantes titulares na Assembleia Legislativa – Pedro Medeiros, Assis Quintans, Carlos Batinga e João Henrique. Desses, um se reelegeu (João Henrique), dois foram injustiçados pelas urnas ficando como suplentes (Quintans e Batinga) e o outro (Medeiros) nem isso.

João Henrique compõe o elenco governista e parece se propor mais a atuar junto aos órgãos oficiais do que utilizar a tribuna da Casa. Quintans anda no arame esticado para os suplentes e tem marcado sua passagem para dar voz à angústia pela falta de empenho geral pela transposição de águas do São Francisco.

Dentro de mais alguns dias a Assembleia terá de volta duas vozes com sotaque do Cariri, ambos de nome Carlos e conhecidos pelas competências técnica e política. O ex-prefeito de Monteiro. Batinga, desembarca graças às vitórias de dois deputados peemedebistas nas eleições de 7 de outubro passado.

O outro é o ex-presidente da Casa, Dunga, que também já foi prefeito e deputado federal, assumindo o mandato graças a uma decisão do TSE que defenestrou o deputado Genival Matias. Os dois conhecem, como poucos, os problemas de uma das áreas mais castigadas pelas estiagens seculares no Nordeste.

Dunga chegará primeiro, na próxima semana. Batinga só no finalzinho deste ano e começo do outro porque terá que aguardar o pedido de renúncia de um dos futuros prefeitos. Chegará à Casa juntamente com Ivaldo Morais, que ficou na segunda suplência da coligação e também se beneficiou com as vitórias de Cjica Motta e André Gadelha em Patos e em Sousa, respectivamente.

Todos conhecem o gosto amargo da seca e das derrotas políticas, como já saborearam vitórias indescritíveis. O Sertão pode, nos próximos dias, estar perdendo dois parlamentares combativos, mas o Cariri estará ganhando dois defensores e recuperando a região de uma injustiça em 2010. O povo não erra, mas pode se equivocar. Foi o que aconteceu há dois anos.

Um é pouco, dois são bons, mas quatro são melhores para defender uma região pobre, mesmo que seu eleitorado não perceba isso.

BANDIDO É BANDIDO
O ministro Joaquim Barbosa, du Supremo Tribunal Federal, começou a dispensar o tratamento que os condenados pelo mensalão devem mesmo receber. Bandido deve ser tratado como bandido e não é pelo fato de ser ex-ministro, ex-isso ou ex-aquilo que merece regalias. Quando o atual Código Penal foi aprovado pelo Congresso ninguém poderia imaginar que, lá adiante, serviria para mandar José Dirceu, José Genoíno, Marcos Valério e outros para a cadeia. É duro, mas muito duro mesmo, para o PT, ouvir alguns dos seus ex-ilustres membros tratados como bandidos, mas é isso que cada um da quadrilha do mensalão é. Sem tirar nem por.
FEDERALIZAÇÃO DA UEPB
É salutar essa discussão sobre se a Universidade Estadual da Paraíba deve – ou não – ser federalizada. Não se deve jogar os holofotes na polarização entre a proposta do deputado do PSL Tião Gomes (nitidamente destinada a agradar aos ouvidos do Palácio da Redençã) nem sobre argumentos bairristas ou corporativistas de parlamentares, professores e alunos. Aliás, o atual Governo deveria estimular o debate para que, num eventual segundo mandato de Ricardo Coutinho ou em outros governos, se adotasse – ou não – a federalização.