Afastamento

PLACAR DO IMPEACHMENT: o que pensam os deputados paraibanos sobre pedidos de afastamento do presidente Jair Bolsonaro?

Os deputados que compõem a bancada da Paraíba começaram a se pronunciar sobre as recentes discussões acerca de uma um possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que tem enfrentado críticas em decorrência de sua atuação na pandemia do novo coronavírus. Na última semana, ‘o placar do impeachment’ voltou a circular nas redes sociais em meio à pressão pelo afastamento e mostra como pensam os paraibanos acerca do tema. 

Os deputados federais da Paraíba começaram a se pronunciar sobre as recentes discussões acerca de um possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem enfrentado críticas em decorrência de sua atuação na pandemia do novo coronavírus. Na última semana, ‘o placar do impeachment’ voltou a circular nas redes sociais em meio à pressão pelo afastamento, mas o tema não é unanimidade nem entre os eleitores nem no Congresso Nacional.

Esta semana, alguns parlamentares externaram, em conversas com a reportagem e nas redes sociais, seus posicionamentos.

Favoráveis – O deputado federal Gervásio Maia (PSB) é quem mais tem criticado o Governo Federal e defendido abertamente ‘impeachment já’. “O presidente deve ser política e criminalmente responsabilizado por deixar sem oxigênio o Amazonas, sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, desestimular  o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes”, escreveu nas redes sociais. Em entrevistas recentes, à rádio Arapuan FM, reafirmou esse posicionamento.

Integrante da oposição, Frei Anastácio foi outro que externou recentemente sua posição a favor do impeachment ao criticar a suposta ineficiência do Governo Federal na pandemia. “O Congresso tem que agir. Eu voto sim”, publicou. O pensamento do parlamentar é reforçado pela posição do seu partido, o PT, que faz campanha pelo afastamento.

Embora uma publicação nacional tenha dito que Damião Feliciano (PDT) também se posicionou a favor do processo, ele não confirmou a informação à reportagem, mantendo-se em silêncio sobre o assunto.

Contrários – Por enquanto, a maioria da bancada se manifestou contra o processo de impeachment.

O deputado Julian Lemos (PSL) já se posicionou abertamente contra processo, apesar de ter criticado Bolsonaro pela mudança na agenda implementada no país desde as eleições. “Só passei pra lembrar que não levo pressão de seu ninguém, nem de Bolsominion nem de quem quer comer o fígado de Bolsonaro, o PR erra e erra toda hora, é um ingrato, injusto, seu governo é um desgoverno, os filhos são uns canalhas, mas não sou a favor de impeachment, segue o jogo!”, disse no Twitter.

O deputado Efraim Filho (DEM) pediu cautela na discussão do tema, afirmando que não há espaço para essa discussão no momento, posicionando-se portanto, contra. “Não creio, muito prematuro ainda pra trazer essa discussão. Gera uma instabilidade desnecessária para o momento. Não acredito que seja o caso”, disse.

Também no grupo dos contrários, o deputado federal Wellington Roberto (PL)  foi ainda mais enfático e se posicionou ‘radicalmente contra o impeachment’. “Pandemia, crise na economia, diante das despesas corrente etc, e mais um impeachment acaba com o Brasil. O país não suporta. Sou radicalmente contra”, justificou.

Nesta sexta-feira (22), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) afirmou que não há ‘clima para impeachment’ no Brasil, colocando-se, portanto, contra a abertura de um processo. “Não há clima político para um processo de impeachment contra Bolsonaro, porque, a meu ver, não há pressão popular neste momento”. E concluiu: “Um processo de impeachment só se concretiza quando há uma pressão popular, e eu não acredito em um movimento que seja artificializado, só acontece quando o povo decide”, disse.

Não decidiram – Em mensagem à reportagem, o deputado federal paraibano Pedro Cunha Lima (PSDB) disse que apesar de achar o presidente Jair Bolsonaro um “irresponsável”, sobretudo, no tratamento que não deu à pandemia do coronavírus, opina que não há razão para um afastamento por causa disso.  Mesmo assim, ele sugere cautela e diz que só vai tomar uma posição definitiva quando houver um processo em tramitação. “Não tenho como decidir se o processo não existe”, acrescentou.

Da mesma forma, o deputado Ruy Carneiro (PSDB) observou que sua posição será técnica, e não baseada em emoções e paixões políticas. “Temos que ver a peça, para ver qual o fundamento jurídico que existe nisso. Impeachment tem um fundo jurídico. Qual é o fundo jurídico? Sem peça, não tem opinião. Minha decisão em qualquer processo é uma decisão técnica”, enfatizou.

Não opinaram – Procurados pela reportagem, os deputados Damião Feliciano (PDT), Hugo Motta (PRB) e Wilson Santiago (PTB) não opinaram. A reportagem não conseguiu falar com a deputada Edna Henrique (PSDB). O esposo dela, o deputado João Henrique (PSDB), faleceu em 12 de janeiro, vítima da Covid-19.

O atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve deixar o cargo no início de fevereiro, quando a Câmara fará a escolha da nova Mesa Diretora. Apesar de criticar a postura do governo federal frente a pandemia, Maia engavetou pedidos de impeachment contra o presidente. Conforme dados da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, foram protocolados mais de 60 pedidos desde fevereiro de 2019. Quatro deles foram arquivados e duas novas denúncias foram realizadas neste ano.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba