Desde que a vacina contra a Covid-19 começou a ser aplicada nos profissionais de saúde que trabalham na linha de frente de combate ao Coronavírus em todo o Brasil, começaram a surgir casos de prefeitos, que pelo simples fato de serem médicos, tiraram proveito para furar a fila e receber as doses primeiro.
Indignado, o médico Roberto Magliano de Morais, presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, disse que esse tipo de conduta é uma verdadeira “barbárie”.
“Se isso de fato estiver acontecendo, precisamos exercer nossa cidadania e exigir o respeito ao lugar na fila. Somos todos iguais. Isso é inadmissível. É a velha conduta para levar vantagem, um verdadeiro caso de polícia. Cabe a cada cidadão fiscalizar, e não deixar, nem permitir que os maus cidadãos que não tem educação domestica, nem republicana cometam esse tipo de ato que beira a barbárie. Que se cumpra os critérios estabelecidos. Ninguém tem o direito de desrespeitar”, criticou.
O presidente do CRM-PB lembra que a instituição fiscaliza o exercício da Medicina, cabendo ao Ministério Público tomar providências quanto as denúncias de condutas irregulares de prefeitos médicos. Porém, de acordo com ele, se for necessária a contribuição da entidade, será dado todo o apoio necessário. “Se houver a nossa convocação para que o direito seja cumprido, não nos furtaremos a essa missão. É preciso respeitar as instituições e o Ministério Público tem competência para fazer isso. Não devemos atropelar”, destacou.
Para Magliano, concordando ou não com os critérios estabelecidos de escolha dos grupos prioritários, deve-se ter o mínimo de cidadania. “Esse é um critério bastante assertivo, deve-se dar chance as pessoas que tem maior risco”, comentou.
A quantidade de vacinas do primeiro lote que foram enviadas pelo Ministério da Saúde aos estados, além de insuficiente, também é direcionada exclusivamente aos grupos prioritários de profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas. Neste primeiro momento, apenas profissionais da saúde na linha de frente do combate ao Coronavírus, indígenas e quilombolas é que deveriam tomar as poucas doses que foram enviadas. Mas na prática o cenário é bem diferente.
Fonte: com ClickPB
Créditos: com ClickPB