O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse, em conversa com apoiadores na manhã desta segunda-feira, 18, que o agronegócio não tem o que reclamar do governo federal.
“O agro está bem, né? Acho que o agro não tem nada a reclamar da gente. Não é que nós não… Nós fizemos muita coisa e não interferimos. O agro não tem problema, nem com demarcações de terra, nem com quilombola. O MST nós cortamos na raiz o recurso para eles. Não aprovamos a reforma que tratava da regularização fundiária porque o Rodrigo Maia deixou caducar a medida provisória, senão estaria muito melhor. As multas foram racionalizadas, não tem mais aquela multa… O pessoal ia para multar. A multa tem que ter um caráter educativo.”
O setor do agronegócio é um dos que dá sustentação a Bolsonaro no Congresso. A bancada do agronegócio foi a responsável pela indicação da ministra da Agricultura, a deputada licenciada Tereza Cristina.
Segundo o mandatário, não foi possível avançar mais porque a Mesa da Câmara ainda está “muito ligada aos partidos de esquerda”. Bolsonaro atua pela eleição do líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), que disputa a cadeira de Rodrigo Maia (DEM-RJ) contra o líder do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), apoiado por um bloco de centro-direita e centro-esquerda articulado por Maia.
“E outra: não avançamos porque a Mesa estava, ainda né, muito ligada aos partidos de esquerda. O que nós vamos tentar agora é desfazer isso aí. Continuando a esquerda fazendo a pauta e decidindo o que a gente vota não tem como ir pra frente não.”
Na semana passada, Bolsonaro pediu o apoio da bancada ruralista na eleição interna da Câmara. O pedido ocorreu após o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarar apoio a Baleia Rossi à presidência da Casa.
A eleição da Mesa Diretora da Câmara está prevista para 1° de fevereiro e ocorre sob voto secreto — que abre margem para potenciais “traições”. Para ser eleito, o candidato necessita de 257 votos.
Falta de recursos
O chefe do Executivo afirmou que o agronegócio é “a locomotiva da economia”, mas se queixou da falta de recursos para outros setores, como ciência e tecnologia.
“Nós não podemos apenas [incompreensível] vivermos do agronegócio. O agronegócio é importantíssimo para nós, é a locomotiva da nossa economia, mas o país que não tem tecnologia está condenado a ser escravizado por aqueles que as têm.”
Bolsonaro afirmou que o ano passado foi atípico em razão da pandemia de Covid-19 e reclamou da falta de recursos no orçamento federal.
“Nós passamos um ano completamente atípico em 2020. Muita coisa que eu queria fazer não fiz por falta de recurso. Daí eu falei que quase nada podia fazer porque o Brasil estava quebrado… A imprensa critica. Mas realmente falta dinheiro pra gente pra fazer muita coisa. O Ministério da Infraestrutura tem um orçamento pífio para o tamanho do Brasil. Um exemplo apenas. Não temos como investir em pesquisa no ministério do Marcos Pontes, em tecnologia. E assim mesmo ele faz o que é possível.”
A conversa de Bolsonaro com simpatizantes foi registrada em um vídeo de um canal simpático ao presidente no YouTube. A gravação possui cortes.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba