Polêmicas

Polari em alta

Rubens Nóbrega

O poeta e cronista Gil Messias já fez “Justiça a Polari” quando, sob esse título, publicou no último sábado (3), no Correio da Paraíba, belíssimo artigo dedicado ao Professor Rômulo Polari, que nesta sexta-feira cumpre seu último dia no cargo de eitor da UFPB.

No seu irrepreensível escrito, o Doutor Gil ressaltou que “o reconhecimento da extraordinária operosidade do Reitorado de Polari se impõe acima de eventuais divergências políticas, perfeitamente normais num ambiente democrático e pluralista como é o da UFPB”.
O homem disse tudo, sobretudo quando se referiu à verdadeiramente operosa gestão de um reitor que deixa para a sua sucessora, a Professora Margareth Diniz, um acervo de 120 obras novas ou por concluir, obras espalhadas em mais de 100 mil m2 de edificações por todos os cantos e campi da Universidade.
Esse formidável acréscimo no patrimônio da UFPB resultou de investimentos da ordem de R$ 34 milhões liberados por um governo que como nenhum outro antes na história deste país investiu tanto em nossa educação pública superior.
Mas esse dinheiro não veio de forma graciosa. Veio porque Polari e equipe mostraram competência na elaboração de projetos, na captação dos recursos e na execução das obras. Contando ainda, registre-se, com apoio da bancada federal em Brasília, que contemplou a UFPB com emendas de certo vulto no Orçamento da União.
Graças a esses aporte e suporte, de 2005 pra cá a UFPB aumentou o número de cursos de graduação de 50 para 108 e de vagas para novos alunos, nesse nível de ensino, de 3.700 para 8.300. Temos hoje a universidade que oferece mais vagas em todo o Nordeste para a graduação e juntando tudo, do ensino médio no Colégio Agrícola de Bananeiras à pós-graduação em Areia ou João Pessoa, beira os 44 mil alunos.
Por falar em pós, nos anos Polari o número de mestrados aumentou de 32 para 60 e o de doutorados de 13 para 30. Já o número de alunos de mestrado cresceu de pouco mais de 1.400 para quase 3 mil e o de alunos de doutorado, de 470 para 1.290. Mais: sete anos atrás, a UFPB tinha 1.300 professores; hoje, tem 2.500.
Todas as atividades e serviços da UFPB – do ensino à pesquisa, da extensão aos atendimentos em saúde (no seu Hospital Universitário Lauro Wanderley) – representam a execução de um orçamento que supera a casa do bilhão de reais.
Deve ser o terceiro da Paraíba em volume de recursos, perdendo apenas para os orçamentos do Governo do Estado e da Prefeitura da Capital. E pensar que em 2005 a UFPB conseguia executar, no máximo, um orçamento de R$ 400 milhões…


Entre as melhores

Mais do que um canteiro de obras, Rômulo Polari vai entregar a Margareth Diniz uma UFPB bem avaliada pelo Ministério da Educação, segundo me revelou ontem um amigo que assessora o Reitorado a se encerrar formalmente no domingo (11).
“Na média, é uma Universidade nota 4, quando a maior seria 5. O Campus do Litoral Norte, por exemplo, que é muito recente – menos de 5 anos, teve uma avaliação maior que 4. Dos 7 cursos avaliados, apenas um obteve nota 3 (ainda tem recurso em andamento). Um tirou 5 e os demais, 4”, relatou-me, destacando ainda as seguintes realizações da gestão:
• a UFPB construiu um dos mais modernos (na verdade, é o mais moderno) hospitais veterinários do país, dentro do que manda o figurino;
• Polari está deixando todo empenhado (é só pagar) um Centro de Arte e Cultura (em construção ao lado do prédio da Reitoria), inteiramente financiado com recursos dos bancos que operam na UFPB, sem um único centavo do dinheiro público;
• o Centro de Arte e Cultura é obra para R$ 14 milhões e terá um espaço de convenções com 800 lugares, teatro para 1.200 espectadores, pinacoteca, museu, cinema de última geração, oficina de restauro de telas, lutheria etc. etc.;
• no recém criado campus de Mangabeira (batizado de Lynaldo Cavalcanti, em homenagem ao venerado reitor da UFPB do final dos anos 70), já está funcionando o CTDR (Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional), com dois cursos de graduação, um na área de gestão pública e outro na área de tecnologia sucroalcooleira;
• em Mangabeira também está sendo construído o Instituto de Desenvolvimento da Paraíba, que reúne laboratórios de ponta para oferecer alternativas para a economia do Estado;
• no mesmo bairro da Capital está quase pronta a Escola de Iniciação Científica, que oferecerá aos alunos do ensino médio das escolas públicas cursos de Química, Física, Matemática, Português, Inglês e Espanhol;
• foram construídos ainda três novos restaurantes universitários e residências estudantis em todos os campi.
Por essas e outras…

O deputado Luciano Cartaxo, prefeito eleito de João Pessoa, convidou Rômulo Polari para coordenar a transição entre o atual e futuro governo do município da Capital.
Luciano marcou um tento nessa escolha. Escolheu um dos melhores quadros técnicos da Paraíba, além sinalizar, a partir de Polari, que poderemos ter um time de primeira na administração municipal que estréia em 1º de janeiro de 2013.