Bastaram cinco dias para a corrida pelo título Brasileiro mudar completamente. Se até a semana passada o São Paulo ameaçava arrancar para o título, agora parece perder terreno. A aproximação dos concorrentes é tímida, mas tem uma importante exceção: o Internacional de cinco vitórias seguidas. Vem drama por aí.
Até pouco tempo atrás, o Colorado nem aparecia nos debates sobre o futuro campeão brasileiro: chegou a ficar sete jogos sem vencer e nove pontos longe da liderança. Parecia um time limitado à briga por vaga na próxima Libertadores, mas um mês perfeito fez renascer as esperanças de título. O time de Abel Braga agora está vivíssimo na briga, ainda mais porque a concorrência está em crise.
A segunda derrota seguida de São Paulo e Flamengo também estende o tapete para o Atlético-MG, que hoje (11) visita o Red Bull Bragantino e assim volta a jogar após três semanas. É a chance para também encostar na liderança e incendiar de vez a briga pelo título. Nesse papo ainda está o Grêmio, que tem um jogo a menos; e quem sabe também o Palmeiras, que tem dois jogos a menos.
As coisas também estão movimentadas lá perto da zona do rebaixamento. Depois de três jogos diretos contra a degola no meio de semana, ontem as atenções dos ameaçados se concentraram no clássico carioca. O Vasco dominou, venceu e deixou a zona de rebaixamento; o Botafogo afundou um pouco mais.
São Paulo perde clássico que não poderia perder
O São Paulo tinha um clássico em casa, contra os reservas do Santos, para recuperar não apenas o moral abalado após a goleada sofrida há poucos dias, mas também o controle do próprio destino no Brasileirão. Mas a oportunidade de tornar o clima mais leve no Morumbi foi destruída na derrota por 1 a 0, em que um Peixe bem organizado, consciente de seu papel, manteve o jogo em baixa temperatura e foi muito eficaz.
O volante Jobson, no primeiro minuto do segundo tempo, garantiu a vitória, num lance que ele mesmo começou ao desarmar a saída de bola são-paulina. Cuca montou um time inteiro reserva e usou titulares apenas nas substituições, porque na quarta-feira (13) o clube tem o dia mais importante de sua temporada e pode chegar à final da Copa Libertadores.
Já para o são-paulino, cujas próximas semanas prometem ser também angustiantes até o final do Brasileirão, o clássico foi um martírio. O Tricolor foi lento demais, previsível na criação de jogadas e por muito tempo inofensivo. Teve a bola, mas não exatamente um domínio, e esteve mais perto do empate justamente quando abandonou a estratégia inicial e acumulou três centroavantes na área. Nas raras vezes em que as coisas deram certo, o time parou no goleiro João Paulo, que fez um jogaço.
Lá vem o Abelão
A saída de Eduardo Coudet deixou muito torcedor preocupado com a sequência do Inter, e o próprio clube se movimentou para cuidar tanto do presente quanto do futuro: contratou Abel Braga para o restante do Brasileirão e encaminhou Miguel Ángel Ramírez para a temporada que vem. Mas eis que o time de Abelão deslanchou: tem cinco vitórias seguidas e é o novo vice-líder.
São três pontos atrás do São Paulo, mas o momento dos dois times faz parecer que a distância é ainda menor. Enquanto o Tricolor perdeu clássico na rodada, o Colorado fez o dever de casa contra o Goiás e venceu por 1 a 0. “Poderia ter matado o jogo”, como alertou Abel em sua coletiva, mas conseguiu o que precisava para crescer na briga pelo título.
O que será do Flamengo de Ceni?
A má fase do Flamengo dá o que pensar e não parece ter soluções fáceis. Ontem Rogério Ceni mudou alguns nomes no time, mas os problemas seguiram os mesmos. O Rubro-Negro mais uma vez esteve longe daquelas atuações avassaladoras de 2019, e o Ceará aproveitou: venceu por 2 a 0 no Maracanã e soprou ares de crise para os lados da Gávea.
Vina e Kelvin marcaram os gols do Ceará, um no começo do jogo, outro já quase nos acréscimos. Entre um gol e outro o Flamengo teve que se jogar inteiro ao ataque, atrás do resultado e também de um propósito claro no Brasileirão. Mais grave do que os três tropeços seguidos é que as atuações são pouco inspiradas, e está cada vez mais difícil defender o título conquistado na temporada passada.
É no passado, aliás, que podem estar as respostas que Ceni tenta encontrar. O time até ensaia uma proposta semelhante àquela que tinha com Jorge Jesus, mas é lento em campo e por isso bem menos perigoso. Não à toa o treinador tem aproveitamento de apenas 44%, a segunda pior marca na década do Flamengo. Bom para o Ceará, que respira tranquilo no meio da classificação, bem longe da zona de rebaixamento.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba