“A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família”. É o que preceitua a nossa Constituição. Pena que nem todos que assumem a obrigação de governar obedeçam tal determinação. E agem assim por decisão escolhida. Porque sabem que um povo que recebe educação se mostra mais capaz para exercer o senso crítico. Isso não interessa aos vocacionados para a tirania, pois desejam formar mentes excludentes. Não desconhecendo que a educação é um importante instrumento de transformação da sociedade, ficam motivados à resistência para implementação de políticas que garantam acesso indiscriminado da população ao saber.
Não há interesse em promover uma educação emancipatória, prevalecendo o propósito de melhor imprimir ações autoritárias sem o risco de contestações ou reações de desaprovação. Os déspotas têm a compreensão de que através da educação o cidadão fica mais preparado para enfrentar os desafios e os obstáculos que a realidade impõe, despertando para os ideais da justiça e equidade social. Isso é tudo o que eles não querem que aconteça. Preferem ter o domínio da situação mantendo o povo no obscurantismo e na ignorância.
A educação contribui para a formação de uma sociedade renovada, fraterna e participativa, desenvolvendo perspectivas de transformação para a construção de uma nação igualitária, imprimindo uma atuação cidadã que consagre os valores essenciais constantes da nossa Carta Magna. Constitui-se fundamento da evolução humana e o futuro das gerações. É preciso romper com o padrão de educação que condiciona as pessoas à passividade, preparadas apenas para atender os interesses das classes dominantes. Importante construir um modelo educacional que desperte a reflexão crítica. Paulo Feire nos ensinou que: “o processo de tomada de consciência das estruturas de opressão que envolvem o indivíduo é denominado conscientização”.
Não podemos abrir mão da oportunidade de nos capacitarmos a compreender e apreender o mundo à nossa volta, o que nos permitirá tornarmo-nos agentes de transformação social. Libertemo-nos do estado de alienação que querem nos impor, como meio de manutenção da ordem política e social vigente. Sejamos revolucionários, buscando a prática de uma educação transformadora, contrariando a continuidade do processo de manipulação das massas, desprovida da capacidade de escolher nossos próprios caminhos, a partir das ações críticas e questionadoras. Coloquemo-nos em posição contrária aos que defendem a tese da ignorância como bênção.
Numa sociedade que se pretende democrática, educar é exigência imprescindível. É uma questão de afirmação da soberania popular. A educação não pode ser vista como uma concessão, mas sim como um direito, uma forma de inclusão social, respeitando, então, valores republicanos. Concebida como direito de todos e não como benesse de privilegiados.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba