O número de americanos se divorciando despencou no ano passado, enquanto a taxa de casamentos também caiu vertiginosamente à medida que milhares de casamentos foram adiados ou cancelados, de acordo com um novo estudo.
As primeiras análises sobre o efeito da covid-19 nas estatísticas de divórcio e casamento nos Estados Unidos vêm do Centro de Pesquisa Familiar e Demográfica da Universidade Bowling Green State, que analisou cinco estados que divulgaram números mensais durante grande parte do ano passado.
Os dados contradizem as previsões iniciais de que a covid-19 e os estresses da quarentena causariam um aumento nas taxas de divórcio.
Na Flórida, o maior estado analisado, o número de casamentos de março a setembro foi 33% menor do que os pesquisadores esperavam com base nas tendências dos anos anteriores. Os divórcios caíram 28%.
Se as tendências na Flórida e em outros estados — Arizona, New Hampshire, Missouri e Oregon — se repetissem em todo o país, os Estados Unidos teriam um “déficit“ estimado de 339.917 casamentos e 191.053 divórcios, de acordo com o estudo feito por Wendy Manning e Krista Payne, da Bowling Green. Em 2019, ocorreram cerca de 2,2 milhões de casamentos nos Estados Unidos, e cerca de 1 milhão de divórcios.
O acentuado declínio dos divórcios não significa que os casais estejam necessariamente mais felizes juntos no isolamento. Em vez disso, a pandemia pode estar forçando cônjuges insatisfeitos a ficar juntos por razões práticas.
“O divórcio pode ser caro, e os casais podem relutar quando enfrentam incertezas econômicas e/ou problemas de saúde”, disse Manning, professora de sociologia e diretora do Centro de Pesquisa Familiar e Demográfica. “Essas pessoas podem se sentir ‘presas’ e atrasam o divórcio até que a vida pareça mais normal.”
As taxas de divórcio e casamento têm caído durante anos, à medida que os americanos mudaram a forma como abordam a instituição do matrimônio. Os jovens estão esperando mais para se casar, e muitos casais estão renunciando totalmente ao casamento, optando por apenas viver juntos. Aqueles que se casam tendem a ser mais educados e ricos, um grupo autosselecionado que também tem mais probabilidade de permanecer junto.
Em 2019, a taxa de divórcio nos Estados Unidos era de 15,5 por 1.000 mulheres casadas, de acordo com o Centro Nacional para Pesquisa de Família e Casamento, abaixo de seu pico de 22,6 em 1980.
A escassez de casamentos e divórcios em março e abril de 2020 era provavelmente inevitável. Os escritórios do governo foram fechados e os americanos receberam ordens para ficar em casa. No entanto, os dados não mostram uma grande recuperação no verão e no outono — quando a maioria dos estados reabriu — que refletiria uma grande demanda reprimida da primavera.
Uma exceção é o Arizona, onde os números de divórcios voltaram ao longo do verão para trazer o estado um pouco acima dos níveis esperados. Em New Hampshire, entretanto, os dados de março a novembro mostram uma queda de 10,1% nos casamentos e de 36% nos divórcios.
Fonte: Exame.com
Créditos: Polêmica Paraíba