Polêmicas

Humanismo é melhor que dinheiro

Paulo Santos

Quando vai às urnas, em dia de eleição, o contribuinte – o cidadão ou a cidadã que sustentam essas máquinas gigantescas – acreditam que os eleitos não têm o direito de cometer erros, sobretudo os ungidos para os cargos executivos, ou seja, Presidente da República, governador ou prefeito.

Lógico que, por serem humanos, esses agraciados com a maioria dos votos podem errar e têm direito à esperar perdões temporários para as falhas. Um passarinho aqui ao lado me diz que o problema não é errar e ser perdoado, mas permanecer no erro o que, segundo a sabedoria popular, é diabólico.

Com base nessa expectativa que o eleitorado aguardará ansiosamente, nos 223 municípios paraibanos, as primeiras definições de equipes e de prioridades. É por aí que se avaliará as eventuais boas intenções dos futuros administradores, principalmente nas duas maiores cidades do Estado – João Pessoa e Campina Grande.

O recado do eleitor foi duro e direto no dia 28 de outubro: quer mudanças e que as prioridades sejam aquelas que vem reivindicando através das mais diversas formas – pesquisas qualitativas, programas de rádio e TV, além das inúmeras enquetes realizadas por sites e blogs.

Tudo indica – mas é apenas indicação – que os dois vencedores na Capital – Luciano Cartaxo – e na Serra – Romero Rodrigues – compreenderam que é necessário mudar a mentalidade dominante nas duas prefeituras de que o valor financeiro das obras se sobrepõem aos valores humanos.

Não é e nunca deveria ter sido. Claro que falar em milhões de reais, sempre que tem uma oportunidade de discurso, faz o administrador dar a impressão de que toda essa dinheirama é que fará a felicidade do cliente, ou melhor, da plebe rude e ignara que precisa de governos para resolver seus problemas.

Exemplos não faltam. Em João Pessoa, um dos principais desafios do petista recém-eleito será na área da Saúde que, na visão oficial, põe a Capital em níveis suíços, mas a realidade é totalmente diferente, com nível africano e olha lá porque há locais na África com assistência nota 10 à população.

Em Campina Grande a situação não é diferente. O tucano que emergiu das urnas como vencedor terá diante de si a responsabilidade de também melhorar a área da saúde pois derrotou ninguém menos do que uma profunda conhecedora da área e que, se vencedora, por certo adotaria a saúde como carro-chefe.

Há problemas que são velhos conhecidos, mas há outros recém-nascidos com a explosão de consumo e nem sempre os administradores estão preparados para enfrenta-los ou põem auxiliares que tenham talento e competência para buscar soluções. O trânsito – com o pomposo apelido de mobilidade urbana – é um destes.

Num Estado onde prefeitos e primeiras-damas passam horas ou dias na cadeia devido ao conluio com empresários de quadrilhas musicais contratadas para completar o duo pão e circo do Litoral ao Sertão, o eleitor vai ás urnas escaldado por sofrimentos e roubalheiras de inescrupulosos portadores de diplomação eleitoral.