No Natal ou no Ano-Novo, você encontrou amigos ou familiares e, agora, cerca de dois dias depois, surgiram sintomas de Covid-19.
O que fazer?
O primeiro passo, como a essa altura você já deve saber, é se isolar. Mas o passo seguinte, quase tão importante quanto o primeiro, é avisar todas as pessoas com quem você teve contato nos últimos dias.
Mas se os sintomas começaram agora, não quer dizer que peguei durante o encontro com os entes queridos?
Na verdade, é possível que você já estivesse contaminado durante a reunião, mas sem sintomas aparentes ainda. E esse é o problema.
Nos dois dias que antecedem o aparecimento dos sintomas, já existe a possibilidade de contaminar outras pessoas, considerando que o vírus já está se reproduzindo no seu corpo.
É claro, porém, que o período sintomático é onde a transmissão é maior. Os cinco dias após o início dos sintomas representam o pico do contágio, segundo estudo publicado na revista The Lancet Microbe.
“Se a pessoa começa a ter sintomas, é importante comunicar todo mundo com quem ela esteve”, afirma Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Isso é essencial para que, imediatamente, familiares ou amigos com quem você teve contato se isolem e, dessa forma, a cadeia de transmissão do novo coronavírus seja quebrada.
Com as pessoas próximas avisadas, o PCR pode ser o próximo passo e ajudar a detectar a infecção pelo Sars-CoV-2. Segundo Weissmann, o exame deve ser feito entre o terceiro e o sétimo dia do início dos sintomas. Vale ressaltar que o PCR é o exame correto a se usar nessa situação. Testes rápidos de anticorpos não são úteis nesse momento.
Em casos em que a suspeita clínica de Covid seja muito forte, mesmo que o PCR dê negativo a pessoa deve se manter em isolamento.
Conforme aparecem os sintomas, como tosse seca, febre e falta de olfato/paladar, pode ser uma boa ideia também procurar um médico. Com a suspeita de Covid ativa, uma das melhores opções para o contato o contato com o profissional de saúde é via teleconsulta. Com isso, você evita a proximidade com outras pessoas em serviços de saúde ou no transporte, por exemplo, protegendo o próximo e garantindo a própria saúde também -imagine que, no fim, você descubra que não é Covid, mas pela visita a uma unidade de saúde acabou tendo contato com alguém com o novo coronavírus.
Não existem tratamento iniciais ou precoces para a Covid-19, portanto o médico unicamente poderá passar orientações mais personalizadas para você, de acordo com seu estado de saúde, e acompanhar o seu caso. Além disso, provavelmente serão indicadas drogas para combater os sintomas, como a febre e a tosse.
Após alguns dias, os sintomas devem passar. Mas vale prestar atenção a sinais de alerta, como a piora dos sintomas, falta de ar, desconforto respiratório e coloração azul da pele na boca e em outras extremidades do corpo. Nesses casos, deve-se procurar um pronto-atendimento imediatamente.
Weissmann dá uma dica: ter um oxímetro em casa, para quem tiver condições para tal, claro. Essa pode ser uma boa forma de passar pela doença de maneira mais tranquila. O aparelho mede o nível de oxigênio no sangue e pode ser importante para evitar casos de hipóxia silenciosa, quando a pessoa não está com saturação adequada de oxigênio no sangue, mas não tem sintomas condizentes com isso (como falta de ar).
“Se observar que a medição está de 93%, 94% para baixo, aí é importante procurar um pronto-socorro”, afirma Weissmann.
A quarentena de alguém com a Covid deve durar 14 dias. Segundo o CDC, porém, é possível abreviar um pouco esse tempo e transformá-lo em 10 dias, caso não haja mais sintomas.
Você pode adicionar uma camada a mais de segurança nessa saída precoce da quarentena com fazendo um teste PCR ou de antígenos (de novo, não é o teste rápido de farmácia de anticorpos) 48 antes do momento em que você deixará o isolamento.
O CDC afirma que é possível encerrar a quarentena até mesmo em 7 dias, novamente, caso não haja mais sintomas e os testes voltem negativos.
Após a quarentena, tudo volta ao normal. Ou quase. Os cuidados de sempre devem ser mantidos, como buscar ficar em locais arejados, evitar contatos próximos em locais fechados, usar máscara e manter uma boa higiene de mãos.
E lembre-se: os sintomas apareceram, isole-se e corra para avisa os contatos próximos dos últimos dias, para garantir a saúde dos entes queridos.
Fonte: Notícias ao minuto
Créditos: Polêmica Paraíba