Em entrevista ao programa Arapuan Verdade desta sexta-feira (18), o prefeito eleito de Campina Grande Bruno Cunha Lima (PSD) deu detalhes do encontro que aconteceu nesta manhã com o governador da Paraíba João Azevêdo (Cidadania) para discutir medidas de enfrentamento ao Coronavírus.
De acordo com o prefeito eleito, o encontro foi um convite formulado por João Azevêdo, a exemplo do que foi formulado ao prefeito eleito de João Pessoa Cícero Lucena (PP). Campina Grande e a Capital Paraibana sediam as duas principais macrorregiões de saúde do estado.
Bruno classificou o encontro com o governador como curto e objetivo, com apresentação dados e estatísticas que serviram de base para a definição de novos protocolos de combate à proliferação do Coronavírus.
Bruno reconheceu o papel do poder público no enfrentamento à pandemia, mas ressaltou que a responsabilidade maior de controlar a circulação do vírus também parte da população.
“O Estado não vai lavar as minhas mãos por mim. A Prefeitura não vai colocar a máscara no meu rosto. Essa é uma obrigação individual nossa. Quando cada um faz a sua parte, o demais é consequência”, disse.
Quanto a decisão do STF sobre a possibilidade da adoção de medidas restritivas contra quem não se vacinar contra a Covid-19, Bruno disse que é uma temeridade adquirir vacinas sem um plano nacional de imunização que deve ser executado por estados e municípios.
“Quem tem condição técnica de afirmar se uma vacina é própria ou não e liberá-la é a Anvisa, que está em contato com órgãos de fiscalização internacionais. Uma coisa é a obrigatoriedade e outra coisa é a compulsoriedade. Se você não quiser se vacinar não vai um agente de saúde derrubar a porta da sua casa, lhe pegar e aplicar a vacina. A vacina contra a febre amarela também não é obrigatória e se você não tomá-la, é opção sua, mas você pode passar por algumas limitações. Você pode não ingressar num país que não permite a entrada de pessoas não vacinadas. Quando eu cuido de mim, eu cuido também da minha família, da minha cidade e da coletividade”, pontuou Bruno.
Bruno ressaltou a importância do Hospital Dom Pedro I, referência no tratamento da Covid-19 em Campina Grande, que hoje está com 49% dos leitos de UTI ocupados e a necessidade da conscientização individual da população para que esse índice não evolua. Contudo, Cunha Lima tranquilizou a população campinense de que todos os esforços vão ser feitos para garantir atendimento médico a todos os pacientes.
Outro tema abordado na entrevista foi a transição de governo e formação do secretariado. O gestor ainda não anunciou nenhum nome da equipe de governo e lançou um ditado popular para justificar: “quem tem tempo não tem pressa”.
Bruno explicou que os nomes ainda estão em sigilo, contudo, ao falar sobre o desempenho da cidade no enfrentamento à Covid-19, deu a senha para a possibilidade do atual secretário de Saúde de Campina Grande, Filipe Reul, permanecer no cargo.
“Queremos dar continuidade a esse nível de atuação. Óbvio que em um momento de transição, tudo o que a gente menos deseja é que haja uma interrupção no serviço”, afirmou.
Além da saúde, o prefeito eleito afirmou que pretende também priorizar a educação e imprimir mais agilidade à gestão municipal, desburocratizando e modernizando a máquina pública.
“Abre bar, fecha bar. Abre praia, fecha praia. Pouco se ouve falar quando as aulas vão voltar. Nós estamos vendo um déficit de aprendizado enorme. É um tempo que não se substitui. Pode ser uma geração perdida”, lamentou Bruno.
Questionado sobre a disputa eleitoral de 2022 e a disposição do prefeito Romero Rodrigues (PSD) se candidatar ao Governo do Estado, Bruno afirmou que gostaria de ver na Paraíba o que foi feito em Campina Grande.
“Somos referência no combate ao Coronavírus e na área de infraestrutura. Então, existe uma série de ações implantadas em Campina que eu gostaria de ver estendidas para todo o Estado”, disse.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba