Em entrevista ao programa Arapuan Verdade desta segunda-feira (14), o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV) fez um balanço dos seus oito anos de gestão e falou sobre seu futuro político após deixar a Prefeitura da Capital, no próximo dia 31 de dezembro.
Cartaxo admitiu a possibilidade de disputar o Governo do Estado em 2022, mas disse que isso não é uma prioridade. Ele explicou que a experiência acumulada nos diversos cargos que ocupou como vereador, deputado estadual, vice-governador e prefeito o credencia para a disputa. Por outro lado, Cartaxo disse não ter obsessão em nenhum cargo eletivo e garantiu estar aberto ao diálogo, principalmente com o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), que já se lançou como pré-candidato ao Palácio da Redenção.
Sobre o resultado da eleição em João Pessoa, Cartaxo entende que uma eleição municipal é diferente de uma eleição estadual e nacional. O gestor explicou que priorizou o combate à pandemia e só deixou para fazer a campanha da professora Edilma Freire no período estabelecido pela Justiça Eleitoral. “Nós tivemos 13 candidatos de oposição falando mal da gestão todo dia e nós só entramos na campanha propriamente dita na véspera da eleição por conta da pandemia, enquanto tivemos candidatos que passaram dois anos em campanha. Eu não pude abrir mão do meu papel de gestor nem de cumprir a minha missão e salvar vidas”, avaliou o prefeito, que também considerou a campanha desse ano, também por causa da pandemia, ter sido muito limitada quanto ao contato direto com os eleitores, não sendo possível realizar grandes caminhadas, carreatas e arrastões. “Faz parte da regra e não estamos lamentando nem dando desculpa”, justificou Cartaxo.
Quanto a relação com os ex-secretários Diego Tavares (hoje senador), Daniella Bandeira e Socorro Gadelha (anunciada como secretária de Habitação pelo prefeito eleito Cícero Lucena), que deixaram a gestão após a escolha de Edilma Freire como candidata, Cartaxo disse que o assunto já é “página virada” e que tem consciência de que fez uma grande escolha pensando na cidade.
Questionado sobre a posição de neutralidade assumida no segundo turno, disputado por Cícero Lucena (PP) e Nilvan Ferreira (MDB), Cartaxo considera que a decisão foi coerente. “Pelo modelo de gestão que defendemos na campanha, pela forma como conduzimos o processo, pela propositiva como discutimos as questões da cidade e pela forma como fomos criticados durante o período, nós entendemos que o melhor caminho foi o da neutralidade e deixar que a população, de forma legítima, faça sua escolha”, disse.
Outro tema abordado na entrevista foi o enfrentamento à pandemia do Coronavírus. Cartaxo avaliou positivamente a atuação da Prefeitura no combate à Covid-19. Ele afirmou que as medidas necessárias foram tomadas no momento oportuno e com a melhoria dos indicadores da pandemia houve a flexibilização progressiva das atividades “e não de uma vez só como muitos queriam”. Agora com o número de novos casos voltando a crescer, o gestor disse que a cidade está preparada e estruturada e monitorando o atual quadro.
Questionado sobre um eventual fechamento das atividades, Cartaxo negou, porém disse que o réveillon na orla não vai ser estimulado. Os shows e a queima de fogos já foram cancelados, não vai ser autorizada a instalação de tendas na areia da praia e a fiscalização quanto ao cumprimento dos protocolos sanitários vai ser intensificada, sempre com o objetivo de evitar aglomerações. Ele também garantiu que não vai fechar bares e restaurantes neste fim de ano, mas afirmou que não vai admitir que eles se transformem em casas de show. “Você não pode pegar um bar e um restaurante e vender um pacote de Natal, um pacote de Ano Novo mudando as regras que já estão estabelecidas”, afirmou.
Cartaxo lamentou a forma como o Governo Federal está tratando a vacinação contra o Coronavírus no Brasil. “O Ministério da Saúde está tratando a questão de forma equivocada porque está politizando uma coisa que não pode politizar. Não dá pra discutir se a vacina é da China, do Japão, dos Estados Unidos, se vai começar por São Paulo, se é o Butantan que está produzindo.”, avaliou o gestor, que ao dizer que a cidade está pronta para imunizar a população, exaltou a última a campanha de vacinação contra a gripe.
Fazendo um balanço dos seus oito anos de gestão, Cartaxo disse que o legado que deixa é o sentimento de que a cidade está preparada para o futuro. O prefeito considerou que o período administrando a Capital Paraibana foi um grande aprendizado, devido aos obstáculos enfrentados, dentre os quais a pandemia, a crise econômica de 2014/2015 e impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Cartaxo fez questão de dizer que o processo de transição com a nova gestão tem sido transparente e que está entregando ao prefeito eleito Cícero Lucena (PP) a Prefeitura saneada, com as finanças em ordem, com dinheiro em caixa, salários e fornecedores pagos em dia e os US$ 100 milhões em parceira com o Banco Internacional de Desenvolvimento, dentro do Programa Cidades Sustentáveis. Ele ainda destacou o programa de praças e parques, o programa habitacional e a gestão da saúde da cidade, principalmente durante a pandemia.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba