CURIOSIDADE

Você saiba que cães podem farejar doenças como câncer e Covid-19? ENTENDA COMO

O objetivo é treinar cachorros que possam farejar o coronavírus e, então, implantá-los em escolas, aeroportos e outros locais públicos para reforçar os programas de identificação de Covid-19 já existentes, como o RT-PCR.

 

Estima-se que o olfato canino seja até 100 mil vezes mais apurado que o olfato humano. Além do mais, essa condição especial também pode ser treinada. Estudos já demonstraram como o olfato canino pode detectar doenças como certos tipos de câncer, diabetes, malária e infecções bacterianas.

Diferente dos humanos, os cães possuem 300 milhões de receptores olfativos – contra apenas 6 milhões nossos –, além de um tecido nasal 30 vezes mais largo.

Como cães detectam o câncer?

Dina Zaphiris, criadora da In Situ Foundation, uma organização sem fins lucrativos que treina cães, desenvolveu o primeiro protocolo de treinamento para cães farejadores de câncer.

Na instituição, cada cachorro foi treinado por 8 meses farejando amostras de sangue, saliva e urina. As amostras foram coletadas por médicos e enviadas para a organização. Após farejarem mais de 300 amostras únicas, os cães são capazes de distinguir amostras saudáveis das cancerígenas.

Dina capacitou 52 cães para detectarem a doença e agora repassa o conhecimento para treinadores de cães. Seu objetivo é ajudar a espalhar a técnica que pode salvar vidas ao redor do mundo.

Zaphiris também preparou cães para trabalharem com times de pesquisadores em hospitais e universidades, como a Duke University e University of California, Davis (EUA).

Atualmente, a In Situ está treinando cachorros para fornecer uma triagem precoce de câncer em bombeiros. Eles possuem risco de desenvolverem a doença pela alta exposição às toxinas provenientes de incêndios.

Os cães farejadores não só estão sendo treinados em prol da sociedade, mas também ajudando pesquisadores da Penn Vet Working Dog Center, na Filadélfia, a criar uma espécie de “nariz mecânico”. O dispositivo ajudará a detectar doenças de forma similar a um nariz canino. Assim, não seria necessário capacitar tantos cães para ajudarem a salvar vidas.

É possível que cães consigam farejar pessoas com Covid-19?

Steve Lindsay, um entomologista de saúde pública da Universidade de Durham, na Inglaterra, está trabalhando em um estudo financiado pelo governo britânico que vai testar cães para detectarem o novo coronavírus.

O estudo está sendo feito em colaboração com a London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) e uma instituição britânica sem fins lucrativos, especializada em treinamento de cães para detecções médicas.

O objetivo é treinar cachorros que possam farejar o coronavírus e, então, implantá-los em escolas, aeroportos e outros locais públicos para reforçar os programas de identificação de Covid-19 já existentes, como o RT-PCR. Porém outros estudos já estão em andamento e obtiveram resultados, mesmo que precocemente.

O que apontam outros estudos?

Em junho, pesquisadores franceses testaram amostras de RT-PCR de pacientes com coronavírus e descobriram que cães poderiam farejar a doença através do suor das axilas dos seres humanos.

Em julho, pesquisadores alemães publicaram um pequeno estudo que mostra que cães treinados para farejar o vírus são capazes de distinguir amostras positivas. Eles também conseguem farejar grupos com alta porcentagem de verdadeiros positivos e negativos após uma semana de treinamento.

Isso ajudaria a detectar a Covid-19 em segundos, diferente dos métodos com cotonetes nasais que demoram no mínimo 15 minutos. Por outro lado, são necessários mais estudos para provar o quanto a doença teria que progredir até os cachorros conseguirem detectá-las através do cheiro.

O estudo alemão, por exemplo, utilizou amostras de pacientes internados com Covid-19, ou seja, com a doença em um estágio mais avançado. Cerca de 40% de pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas, mas ainda podem transmiti-lo.

Outra questão a ser analisada é se os cães farejam especificamente o SARS-CoV-2, e não doenças similares como gripes e resfriados.

Os cientistas continuam esperançosos para conseguir mais resultados com cachorros para conter a pandemia. Com mais conclusões positivas é possível coletar mais amostras para ensiná-los a farejar o vírus e não o cheiro de cada paciente individualmente.

Fonte: MSN
Créditos: Polêmica Paraíba