Um estudo coordenado pelo professor Damião Pergentino, do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), descreveu o potencial anti-coronavírus de 11 alcaloides, classe de produtos naturais reconhecidamente com ampla atividade farmacológica e com grande potencial para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento das mais diversas patologias.
No estudo coordenado pela UFPB, destacou-se o alcaloide Licorina, ao se comportar como possível inibidor da replicação viral em cultura de células, ação já apontada por grupos de pesquisa chineses, incluindo cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan, na cidade de Wuhan, na China, epicentro da pandemia do novo coronavírus no mundo.
Os pesquisadores afirmam, no artigo cientifico liderado pela federal paraibana, que os estudos in silico (simulação computacional) exibiram, de um modo geral, uma afinidade dos alcaloides para a ligação ao domínio de ligação ao receptor da proteína spike do Sars-CoV-2, responsável pela atual pandemia da covid-19, supostamente impedindo a replicação do vírus na célula hospedeira.
Os dados apresentados pelo estudo, publicado na revista suíça Molecules, periódico internacional de alto impacto (nível A2), podem servir de base para a preparação de compostos análogos e potencialmente antivirais e para a investigação de substâncias com valor terapêutico potencial contra a síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus-2 (Sars-CoV-2).
“No trabalho, foi realizado um levantamento de dados sobre alcaloides que já foram testados contra os diversos tipos de coronavírus. Em seguida, fez-se uma discussão destes dados e relatos da ação antiviral destes compostos contra outros tipos de vírus, seus mecanismos de ação e as plantas das quais foram isolados”, explica Damião Pergentino.
O estudo da UFPB foi realizado por uma equipe multidisciplinar que teve, ainda, a contribuição de Burtram Fielding, diretor do laboratório de virologia da University of the Western Cape, na África do Sul; de Nasser Smail, professor da Future University in Egypt, no Egito; e de Carlos Bezerra Filho, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos da UFPB.
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria