Não basta manifestar -se contra o racismo. Palavras ditas, só por uma questão de convenção social, não produzem os efeitos que se fazem precisos. São necessárias ATITUDES efetivas antiracistas. Reagir contra quem, em sendo uma destacada autoridade federal, ousa proclamar, alto e bom som, ao mundo, de que no Brasil não existe racismo. Ora, o racismo aqui vai funcionar sempre estrategicamente como uma potencial arma de dominação ideológica. O estigma da cor da pele é histórico e não há qualquer interesse que isso seja acabado. O negacionismo oficial, obscurantista, é uma discriminação racial cada vez mais explosiva entre nós.
E querem naturalizar isso, como se fosse algo que nao merecesse os mais veementes protestos e reações. Querem que se faça vista de indiferença diante dos habituais crimes raciais que se cometem em nosso país cotidianamente. Viram notícias espetaculares,mas logo caem no esquecimento. E a vida continua “como dantes no quartel de Abrantes”. Aliás, bem adequado esse axioma popular no momento presente de nosssa Historia. Insistem nisso com carimbo oficial. Vidas negras, para eles, não importam
Já passa da hora de rompermos com essa omissão intencional. BASTA. Quantos negros haverão ainda de tombar pela ação criminosa dos racistas, no atendimento a interesses de uma elite branca conservadora e perversa? E o mais impressionante é que a autoridade que recusa a aceitar o preconceito racial no Brasil, não é branco. É cafuso. O que nao é nenhum demerito, diga-se de passagem. Mas acha que é. Poderia aparentar algo cômico, se não fosse trágico.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão