Prestes a vencer, 6,86 milhões de testes para o diagnóstico do novo coronavírus comprados pelo Ministério da Saúde podem ter como destino a lata de lixo. Os exames RT-PCR perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021 e estão estocados num armazém do governo federal em Guarulhos, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo, neste domingo (22).
A reportagem destaca que o SUS aplicou cinco milhões de testes deste tipo. O país pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora. Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.
O ministério já pediu ao fabricante análise para prorrogar a validade dos produtos. A falta de outros componentes para realizar testes, um dos problemas que travam o fluxo de distribuição, porém, deve continuar.
A pasta diz que só entrega os testes quando há pedidos dos estados. Ainda ressalta que nem sequer as 8 milhões de unidades já repassadas foram totalmente consumidas. Secretários estaduais e municipais de Saúde dizem que não usaram todos os exames, pois receberam kits incompletos para o diagnóstico, com número reduzido de reagentes usados na extração do RNA, tubos de laboratório e cotonetes de coletar amostras. Também veem dificuldade para processar amostras. Isso prejudica o repasse dos produtos, pois as prefeituras, em especial, não têm como armazenar grandes quantidades.
Procurada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não deu detalhes sobre como a validade do produto pode ser renovada, mas informou que a entrega de testes vencidos é uma infração sanitária.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles