A capital paraibana, João Pessoa, já acumula seis semanas consecutivas com sinal de crescimento de casos de Covid-19. A informação é do novo Boletim InfoGripe divulgado nesta quarta-feira (18), pela FioCruz. O boletim é referente à semana Epidemiológica 46, que vai de 8 a 14 de novembro.
Além de João Pessoa, Florianópolis e São Luís já acumulam cerca de seis semanas consecutivas com sinal de crescimento na tendência de longo prazo.
De acordo com o boletim, dez capitais apresentam sinal de possível crescimento de caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Oito dessa capitais mostram sinal de crescimento moderado (prob. > 75%) ou forte (prob. > 95%) na tendência de longo prazo (seis semanas) e duas na tendência crescimento de curto prazo (seis semanas).
A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 16 de novembro. Dentre os positivos, 0,4% foram relacionados a Influenza A; 0,2% a Influenza B; 0,4% a vírus sincicial respiratório (VSR); e 97,7% a Sars-CoV-2 (Covid-19). Com relação a óbitos por SRAG, todas as regiões do país se encontram na zona de risco. A maioria apresenta ocorrência de casos muito alta, exceto a região Sul, que encontra-se em nível epidêmico. Quanto aos óbitos de SRAG por Covid-19, todas as regiões também estão na zona do risco, com número de casos muito altos.
Natal apresentou tal sinal nas últimas quatro semanas; a região de Saúde Central do DF (plano piloto de Brasília e arredores) e o Rio Branco nas últimas três; e Vitória, nas últimas duas. Já Belo Horizonte registra sinal de crescimento na tendência de longo prazo pela primeira semana desde o início de queda, após o pico na capital mineira.
Goiânia (GO) e Palmas (TO) apresentam sinal moderado de crescimento na tendência de curto prazo, indicando possível início do processo de interrupção da tendência de queda, sendo recomenda cautela em relação a eventuais novas medidas de flexibilização e atenção às próximas semanas para confirmação da tendência. Belo Horizonte, Goiânia, Região Central de Saúde do DF, e Vitória, embora estejam apresentando sinal de crescimento no boletim semanal pela primeira vez desde o início claro do processo de queda em cada capital, registraram também sinal de crescimento na tendência de curto prazo na semana 45.
São Paulo, embora novamente apresente sinal de estabilidade nas tendências de curto e longo prazo, também indica sinal de que houve crescimento nas semanas anteriores, o que acabou não sendo possível divulgar na semana 45, em função da paralisação do fluxo de dados. A análise da curva de casos até a semana 46 sugere que a situação é de oscilação em torno de valor estável, sendo importante a avaliação cautelosa nas próximas semanas.
Porto Alegre (RS), para a qual foi sugerida cautela em relação ao retorno à situação de queda na tendência de longo prazo no boletim da semana 44, volta a registrar sinal de estabilização nas tendências de curto e longo prazo na presente atualização. Segundo o Boletim, esse resultado reforça a indicação de possível instabilidade na manutenção da tendência de queda na capital gaúcha nas últimas semanas.
Manaus, capital que tem recebido destaque em função da situação de retomada do crescimento observado desde o mês de agosto, passa a apresentar sinal moderado de queda. No entanto, observa Marcelo Gomes, é importante ressaltar que o sinal é de queda lenta e ainda insuficiente para retornar ao patamar observado em julho. “Além disso, o sinal de queda pode ter sido influenciado pela interrupção na inserção dos dados entre as semanas 45 e 46, sendo recomendado aguardar as próximas semanas para confirmação de queda sustentada”, afirmou o pesquisador.
Dentre as demais capitais que haviam apresentado sinal de crescimento no último boletim, referente à semana 44, Belém (PA), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Macapá (AP) e Salvador (BA) apresentam sinal de estabilização nas tendências de curto e longo prazo neste boletim. Conforme descrito nos avisos do boletim, a tendência reportada para Cuiabá (MT) não é confiável, uma vez que se observou grande diferença entre os dados de SRAG do estado reportados no Sivep-Gripe, utilizados pelo InfoGripe, e aqueles reportados no sistema próprio do estado, com grande subnotificação no Sivep-Gripe.
Casos de SRAG / Covid-19 no país
Em âmbito nacional, o cenário atual sugere que os casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), independentemente de presença de febre, apresentam tendência de queda com possível estabilização. O dado semanal continua na zona de risco, com ocorrência de casos semanais muito alta.
No total, já foram reportados 551.031 casos de SRAG, sendo 301.600 (54,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 172.524 (31,3%) negativos e ao menos 44.002 (8,0%) aguardando resultado laboratorial. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 571.028 casos de SRAG, podendo variar entre 564.640 e 581.015 até o término da semana 46.
Considerando a presença de febre nos registros, conforme definição internacional de SRAG, o total de casos notificados foi de 370.959, com estimativa de 382.211 [378.313 – 387.806]. Para fins de comparação, o total de registros em todo o ano de 2019 e 2016 foi de 39.429 e 39,871 casos, respectivamente. Durante o surto de influenza (H1N1) em 2009, foram 90.465 casos notificados com o mesmo critério em todo o ano.
O total de registros de hospitalizações ou óbitos no Sivep-Gripe, independente de sintomas, é de 895.887 casos, com estimativa atual de 933.855 [920.757 – 954.132]. Durante o surto de influenza (H1N1) em 2009, foram 202.529 casos notificados com os mesmos critérios.
Unidades Federativas
Em 12 das 27 unidades federativas, observa-se tendência de longo e curto prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde. Nos demais 15 estados – Acre (Norte), Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte (Nordeste), Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo (Sudeste), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Sul), Mato Grosso e Goiás (Centro-Oeste) -, há ao menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado (prob. > 75%) ou forte (prob. > 95%) de crescimento.
“Importante destacar que, embora a região de Saúde Central do DF indique tendência de crescimento, Brasília como um todo (região central e cidades satélites) não indica crescimento. Isso sugere que tal cenário, caso confirmado nos próximos boletins, ainda é restrito ao plano piloto e arredores imediatos”, observou o coordenador do InfoGripe.
Em Santa Catarina, cinco das sete macrorregiões de saúde apresentam crescimento na tendência de longo prazo. Em São Paulo, dez das 17 macrorregiões apresentaram sinal de crescimento nas tendências de longo ou curto prazo. Já em Minas Gerais, sete das 14 apresentam sinal de crescimento, embora a maioria apenas na tendência de curto prazo.
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria