A equipe do presidente Donald Trump está se recusando a assinar uma carta para permitir que os assessores de Joe Biden iniciem formalmente seu trabalho de transição nesta semana, de acordo com o jornal The Washington Post.
Sempre que um novo presidente é eleito nos Estados Unidos, o responsável pela Administração de Serviços Gerais, GSA, na sigla em inglês, a agência encarregada dos prédios federais, deve assinar a papelada que garante ao novo líder algum tipo de poder no processo de transição. Os documentos entregam oficialmente milhões de dólares em recursos, bem como dão acesso a funcionários do governo, espaço de escritório em agências e equipamentos autorizados para as equipes do vencedor.
Mas na noite deste domingo 8, quase 36 horas depois que os meios de comunicação projetaram Biden como o vencedor, a administradora do GSA, Emily Murphy, não havia assinado os documentos. E, segundo fontes ouvidas pelo Post, o governo Trump não tem planos imediatos de fazê-lo.
“Uma verificação ainda não foi feita”, disse Pamela Pennington, porta-voz da GSA, ao jornal. “O administrador do GSA continuará a cumprir todos os requisitos da lei”.
Desde que a Lei de Transição Presidencial foi assinada em 1963 nos Estados Unidos, a GSA identifica o vencedor das eleições em poucas horas ou dias depois da votação, mesmo antes dos resultados serem oficializados pelas autoridades eleitorais de cada estado.
A demora em reconhecer a vitória de Biden e dar andamento à transição se deve, provavelmente, à recusa de Trump em aceitar o resultado das eleições. O presidente insiste na narrativa de que a eleição foi fraudada, publicando mensagens no Twitter em que critica o sistema eleitoral americano sem apresentar provas.
Nos bastidores, porém, republicanos se dividem entre apoiar o presidente e colocar um fim às especulações e reconhecer a vitória democrata. De acordo com a rede de televisão CNN, a esposa de Donald Trump, Melania, e seu genro e principal Conselheiro, Jared Kushner, disseram ao presidente que ele deveria mudar de postura e parar de contestar o resultado.
Segundo o Post, a demora do GSA em liberar os documentos poderia levar ao primeiro atraso em uma transição entre presidentes da história moderna dos Estados Unidos. A última vez que algo semelhantes aconteceu foi em 2000, quando a Suprema Corte decidiu interromper a recontagem dos votos na Flórida no embate entre Al Gore e George W. Bush. Apesar dos imprevistos, porém, a posse de Bush aconteceu normalmente.
Fonte: VEJA
Créditos: Polêmica Paraíba