Temos muita dificuldade em admitir a vulnerabilidade da vida. A morte é inevitável e nunca aceitamos essa realidade com a compreensão que faz por merecer. A perda de uma pessoa que gostamos nos leva a um processo de luto, e nos afunda num sentimento de tristeza intensa.
Num primeiro momento achamos que o mundo vai abaixo, ficamos atordoados sem saber exatamente o que fazer, somos derrubados pela dor da perda. O processo do luto é dolorido e lento. E pode durar muito tempo. A saudade e as lágrimas dominam nossa reação emocional. A verdade é que não estamos preparados para viver a fria certeza de que nossas relações afetivas podem ser repentinamente interrompidas pelo evento da morte de um ente querido.
Mas é preciso dar tempo à vivência do luto. Não ficar eternizando esse sofrimento. Até porque há a necessidade de se ter a consciência de que a vida continua. Vencer o período do luto não é esquecer quem nos deixou, mas na lembrança encontrar a maneira de manter o morto em vida no nosso coração.
O silêncio imposto pela morte de alguém que amamos , induz à reflexão sobre o mistério da vida. Somos convidados a sentir a força da vontade de Deus. Por mais traumática que seja a perda, tanto mais sofrida será, quanto for a demora de aceitá-la. O que não podemos deixar que aconteça é contribuir para que o luto se torne uma doença. A melhor forma de recomeçar a vida com ânimo é imaginar que a pessoa por quem choramos a falta, desejaria nos ver alegres e determinados a dar continuidade ao curso normal da nossa existência terrena. O luto nos ensina a conviver com a dor da perda.
Rui Leitão
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba