Mirem-se no exemplo daquela Gripe Espanhola!
Produzida pelo vírus Influenza ( H1N1 ), que depois de sofrer diversas replicações, adquiriu uma capacidade de infectividade, transmissibilidade e letalidade, jamais vistas na história da humanidade.
Em meio a 1ª Guerra Mundial remeteu ao necrotério 40-50 milhões de viventes, três vezes mais do que todas as bombas, morteiros, bazucas, canhões e metralhadoras, utilizadas durante os quatro anos da própria guerra.
Uma pandemia que invadiu o mundo surfando em três ondas: a primeira, bem comportada, em março de 1918, sem despertar os devidos cuidados das autoridades sanitárias. A segunda, em agosto do mesmo ano surgiu cheia de agressividade com expansão para todos os recantos do planeta.
Tanto quanto em 2020, medidas de higiene e distanciamento social foram devidamente adotados, mas a preocupação com a economia (sempre ela) produziu o relaxamento de contenção da cadeia de transmissibilidade e nos primeiros meses de 1919, o H1N1 seguindo o seu pedigree infectivo, retornou com toda força.
Debite-se as duas últimas ondas na conta da falta de consciência sanitária, que não permitiu se colocar em prática os devidos rigores exigidos pela violência devastadora do vírus.
Cem anos depois, estamos assistindo ao mesmo filme!
O Sars cov-2, sem dar a mínima para as modernizações tecnológicas e avanços científicos, segue assustando o mundo com a perspectiva concreta de retornar com a mesma voracidade do início da pandemia.
– Não sabemos se estamos na segunda onda ou na segunda fase da primeira.
Palavras preocupantes da diretora do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), Andrea Ammon, diante dos eurodeputados em conferência no início de setembro.
A dúvida, para as autoridades sanitárias do velho continente, é se a expansão dos novos casos estão relacionados com os últimos contágios da primavera ou o Corona resolveu seguir o mesmo percurso do seu colega de infecção, o H1N1, e estaria iniciando uma segunda etapa da pandemia.
As discussões daquela conferência estavam sedimentadas na dura realidade das estatísticas verificadas em apenas uma semana: 300 mil casos novos da Covid-19 no continente europeu.
Amplia-se a visão para o resto do mundo e vamos enxergar lá nas estatísticas da universidade John Hopkins, 360 mil casos da virose em apenas um dia, correspondendo a três vezes a média observada no mês de abril.
No Brasil, o novo Coronavirus que aportou no Brasil pela porta de São Paulo, produziu sua primeira tragédia na cidade de Manaus. Tragédia, no sentido de comprometer todo sistema de saúde e sufocar literalmente a capacidade de sepultamento das vítimas da infecção.
Um relaxamento das medidas de proteção em junho, foi o suficiente para o vírus retornar com sua violência, a entupir os serviços de saúde e aumentar a rotina dos necrotérios.
Diagnóstico da Fiocruz: Manaus vive segunda onda da Covid-19
O professor Roberto Kraenkel,do IFT-UNESP aponta para uma provável nova onda da pandemia, navegando na total ausência de um rastreamento de infectados pelos serviços públicos, o que gerou precipitações no relaxamento social.
Pandemias, como é do conhecimento geral das nações, se alimentam de contatos entre as pessoas.
O bom comportamento das recentes estatísticas de incidência e mortalidade no país, vem desenvolvendo a ideia generalizada do ocaso da Covid, produzindo um relaxamento nas medidas básicas de contenção de uma nova estocada do novo Coronavírus.
Conforme se observa no cenário das praias, bares e restaurantes, onde a pandemia já acabou!
Fonte: Sebastião Costa
Créditos: Sebastião Costa