Eis um tema que merece ser analisado cuidadosamente pelos atuais candidatos a prefeito de nossa capital.
Não concordo com a maioria das pessoas que imagina o “ideal” distante da realidade. Na verdade cabe a nós transformar um desejo em fato concreto, um sonho em realização. Depende, única e exclusivamente, da vontade e do entusiasmo com que nos empenhamos em perseguir o objetivo determinado, abraçar a meta estabelecida. No entanto, muitas das vezes, há de se fazer do “ideal” uma aspiração coletiva. Esta é a situação de tantos quantos pensam em buscar no passado a experiência para a construção do futuro. O resgate da nossa memória precisa ser visto como uma necessidade para que possamos melhor escrever a continuidade da nossa história. É impossível o aprendizado no que realizaram nossos antepassados sem assegurarmos a defesa do patrimônio histórico e cultural.
Isso deve ser uma consciência cívica. A administração municipal tem o dever de dedicar especial atenção na coleta e organização das informações sobre os bens materiais, móveis ou imóveis, produzidos pelas gerações que nos antecederam, com valor de obras de arte erudita e popular, ou a identificação de personagens e fatos memoráveis de nossa história. Paralelamente às ações de gestão pela preservação, é importante estabelecer uma interação com a sociedade, exercendo prioritariamente a função educativa que permita à população compreender a necessidade de conservar e valorizar os nossos bens culturais.
A gestão municipal promovendo uma integração do poder público com a comunidade, em parceria com a sociedade civil organizada, seja através dos centros acadêmicos da cidade, professores e estudantes das universidades aqui localizadas, seja através do conjunto de pessoas ou organizações que, de alguma forma, possa colaborar para a consecução de uma ação planejada de estímulo ao enriquecimento cultural de nosso povo, ensejando a implementação de políticas públicas de preservação do nosso patrimônio histórico e cultural.
Os monumentos históricos transformados em centros culturais, após obras de restauração,
disponibilizados para uso da população, são espaços que ajudarão, sem sombra de dúvidas, a aproximar o “ideal” da realidade. A idéia é fazer com que os diversos segmentos promotores da cultura paraibana sejam co-gestores de nossos bens de valor histórico, artístico, ambiental e arquitetônico, fazendo com que assim estejamos legando aos nossos descendentes o culto ao passado como elemento básico de nossa formação cultural.
A hora é de convocação de todos os estudiosos e apaixonados pelo assunto, a se integrarem nesse esforço solidário, destacando o propósito didático na construção da cidadania e a definição de projetos exequiveis para institucionalizar uma ação de proteção do nosso patrimônio cultural. Será necessário socializar a responsabilidade no processo de desenvolvimento histórico-social de nossa Capital, no que diz respeito ao comportamento individual e coletivo do pessoense face ao patrimônio e às ações de sua preservação. Assim, o que antes era sonho, transformar-se-á em realidade.
Rui Leitão
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão