O fenômeno das candidaturas coletivas – já presente em São Paulo e Recife – chegou à cidade de Campina Grande através do Partido dos Trabalhadores. O grupo intitulado ‘A Força do Coletivo’ é formado por nove pessoas, todos(as) pré-candidatos(as) a co-vereadores e co-vereadoras. Para Pedro Luís, mais conhecido como Peu do PT, um dos pré-candidatos do coletivo, essa quantidade de pessoas é um forma de despersonalizar a atuação política e as decisões, pois em um mandato coletivo não existe hierarquia.
Muito se fala em crise de representatividade na política, uma forma de superar essa questão, tem sido ampliar a participação nos processos decisórios. Os modelos de mandatos coletivos são uma aposta dos partidos, principalmente os de esquerda, para garantir mais diálogo e participação social nos processos políticos. Em Campina Grande, um grupo formado por professores e professoras, militantes de movimentos sociais, ativistas culturais e integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT), resolveram lançar uma pré-candidatura coletiva que pretende disputar uma vaga no legislativo municipal.
“Os mandatos coletivos são propostas que se estruturam não ao redor da figura de um parlamentar, ou de uma pessoa conhecida para disputar um cargo. Mas tudo é resultado de um processo de decisões coletivas. No mandato coletivo existe uma despersonalização da figura do parlamentar, do pré-candidato, também há uma quebra entre a relação parlamentar – assessor, o que isso quer dizer? Isso quer dizer que no mandato coletivo existe a formação de várias lideranças e não apenas uma”, afirma Peu do PT.
Embora seja uma proposta nova em Campina Grande, já existem várias experiências de candidaturas e de mandatos no formato proposto pelo grupo ‘A Força do Coletivo’. Podemos destacar a experiência para Câmara de Vereadores de Alto Paraíso, em Goiás, nas eleições de 2016; aqui no Nordeste, o grupo ‘Juntas’, em Pernambuco, que integra a Assembleia Legislativa do estado; e a ‘Bancada Ativista’, em São Paulo, que são exemplos exitosos de experiências coletivas pelo Brasil afora.
Quem faz ‘A Força do Coletivo’
A proposta de pré-candidatura coletiva é composta por nove pessoas: Peu do PT, militante histórico do partido dos trabalhadores na cidade de Campina Grande; Edna Serafim, professora, pedagoga e psicopedagoga, que atua na rede municipal e estadual de ensino; Anderson Albertino, professor de educação física e capoeira, militante do movimento negro e educador social; Glicia Campelo, bióloga, também filiada ao PT e membro do diretório municipal do partido; Ivônes de Lima, também militante histórico do PT; Juracema Medeiros, enfermeira sanitarista e servidora pública municipal; Karina Oliveira, artesã, artista e arte-educadora; Valter Campelo, também filiado ao PT, bacharel em direito e servidor da Justiça do Trabalho; e Rodrigo Tomaz, formado em Ciências Contábeis, servidor público e fruto dos movimentos estudantis.
Fonte: Polítika
Créditos: Polítika