Mais um capítulo da novela que envolve a definição do novo reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que teve como vencedora a chapa formada pelas professoras Terezinha Domiciano (candidata a reitora) e Mônica Nóbrega (candidata a vice). O Conselho Universitário (Consuni) adiou em um dia a reunião para a homologação da consulta realizada no fim do mês passado, com base em mais informações sobre supostas novas irregularidades na eleição.
É a segunda vez que denúncias anônimas são apresentadas com indicativo da existência de eleitores que, na verdade, não deveriam ter tido direito a voto. A primeira foi descartada pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), órgão ligado à UFPB. O contingente apontado na suposta irregularidade seria ínfimo e não teria influenciado no resultado. Agora, novas listas foram divulgadas e houve o pedido de tempo para analisá-las.
Mas este é apenas um entre os fatos que têm soado como estranhos em um processo simples de referendo à vontade da comunidade universitária. Outros têm preocupado mais a chapa vencedora. A Secretaria dos Órgãos Deliberativos da Administração Superior (Sods) anunciou nesta terça (8) que a composição da lista tríplice será feita por meio de voto secreto, havendo o temor de que a ordem de votação seja ignorada. Isso pode ocorrer por causa da retirada da pressão popular para o respeito ao princípio democrático.
Votam nesta etapa os representes do Consuni, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e do Conselho Curador. Daí sairá a lista que vai ser enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Caberá a ele a última palavra na escolha do novo reitor.
A candidata a vice-reitora na chapa mais votada, Mônica Nóbrega, explicou que eles podem judicializar a disputa em pelo menos duas situações. A primeira é em caso de novo adiamento da reunião do Consuni para a homologação da eleição. A segunda possibilidade é se após a reunião dos órgãos deliberativos da UFPB, a ordem de votação que representou a vontade da comunidade universitária não for respeitada. “Vamos aguardar os desdobramentos nas próximas reuniões”, disse, admitindo que o grupo tem se deparado com tentativas sucessivas de “viradas de mesa”.
O fato de a votação dos órgãos deliberativos ocorrer de forma secreta vem incomodando os membros da chapa vencedora, porém, a judicialização por este viés é mais difícil. Isso porque embora a resolução que disciplinou a disputa eleitoral preveja o voto aberto, o Estatuto da Universidade Federal da Paraíba fala em voto secreto. O ordenamento da instituição, por isso, é maior do que a resolução.
Fonte: com Blog do Suetoni Souto Maior
Créditos: com Blog do Suetoni Souto Maior