Dia da Independência

PRONUNCIAMENTO: Bolsonaro diz defender democracia e celebra golpe

No dia em que o Brasil atingiu 126,9 mil mortos pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro fez na noite desta segunda-feira, 7, um pronunciamento em que ignorou a pandemia, afirmou defender a democracia e a liberdade dos brasileiros, e voltou a celebrar o golpe de 1964, que deu início ao regime militar. Em tom nacionalista, Bolsonaro afirmou que em 1822, na declaração de independência do Brasil, o País dizia ao mundo que "nunca mais aceitaria ser submisso a qualquer outra nação", e que os brasileiros "jamais abririam mão da sua liberdade". Essa foi a primeira vez que o presidente se manifestou em pronunciamento desde abril. Durante a fala em cadeia nacional de rádio e TV no Dia da Independência, foram registrados panelaços pelo País.

No dia em que o Brasil atingiu 126,9 mil mortos pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro fez na noite desta segunda-feira, 7, um pronunciamento em que ignorou a pandemia, afirmou defender a democracia e a liberdade dos brasileiros, e voltou a celebrar o golpe de 1964, que deu início ao regime militar. Em tom nacionalista, Bolsonaro afirmou que em 1822, na declaração de independência do Brasil, o País dizia ao mundo que “nunca mais aceitaria ser submisso a qualquer outra nação”, e que os brasileiros “jamais abririam mão da sua liberdade”. Essa foi a primeira vez que o presidente se manifestou em pronunciamento desde abril. Durante a fala em cadeia nacional de rádio e TV no Dia da Independência, foram registrados panelaços pelo País.

Sem mencionar a repressão da ditadura militar a opositores, Bolsonaro destacou que, nos anos 60, “quando a sombra do comunismo nos ameaçou”, milhões de brasileiros foram às ruas “contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. “O sangue dos brasileiros sempre foi derramado por liberdade”, disse o presidente. Bolsonaro também fez referência à participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, quando o País “foi à Europa para ajudar o mundo a derrotar o nazismo e o fascismo”. “Vencemos ontem, estamos vencendo hoje e venceremos sempre”, disse.

Afirmando compromisso com a Constituição, a democracia, a liberdade e a preservação da soberania, Bolsonaro disse que o País jamais abrirá mão de tais valores. “No momento em que celebramos essa data tão especial, reitero, como presidente da República, meu amor à Pátria e meu compromisso com a Constituição e com a preservação da soberania, democracia e liberdade, valores dos quais nosso País jamais abrirá mão. A Independência do Brasil merece ser comemorada hoje, nos nossos lares e em nossos corações”, continuou o presidente. “A Independência nos deu a liberdade para decidir nossos destinos e a usamos para escolher a democracia”.

A escolha do presidente em enfatizar a defesa da democracia ocorre num momento em que Bolsonaro adota um tom mais ameno na relação com os demais Poderes.  No primeiro semestre deste ano, o mandatário participou de atos antidemocráticos em Brasília e proferiu uma série de críticas a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que contrariaram os interesses do governo – como a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para a Polícia Federal.

O presidente também usou o pronunciamento para ressaltar a miscigenação brasileira. Para Bolsonaro, o Brasil desenvolveu o “senso de tolerância”. “O legado dessa mistura é um conjunto de preciosidades culturais, étnicas e religiosas, que foram integradas aos costumes nacionais e orgulhosamente assumidas como brasileiras. Passados quase dois séculos da Independência, nos quais enfrentou e superou inúmeros desafios, o Brasil consolidou sua posição no concerto das nações”, disse.

Bolsonaro encerrou o pronunciamento com a mensagem de que “somos uma Nação temente a Deus, que respeita a família e que ama a sua Pátria”, reforçando o tom nacionalista do discurso.

ASSISTA PRONUNCIAMENTO:

https://youtu.be/2-4wcM3vw4c

 

 

Fonte: Estadão
Créditos: Polêmica Paraíba