O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia Legal, afirmou nesta segunda-feira (31) que o atrito com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no fim da última semana, já foi superado. “Não ficou bom, era melhor a gente ter conversado que a gente não levaria o estresse ao ponto que foi levado. Segue o baile, tudo normal.”
Salles anunciou na sexta-feira (28) que, por causa do corte de verbas do orçamento federal ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a pasta suspendeu todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal.
Horas depois, após protesto de Mourão, o ministério recuou e disse que as verbas seriam mantidas.
“O ministro teve uma atitude um pouco precipitada na minha visão, deveria ter primeiro falado comigo, né, porque afetava a questão da Amazônia. Não era uma questão que afetava única e exclusivamente o ministério dele. E eu teria conversado com a área econômica para suspender eventual bloqueio de recursos na área do meio ambiente”, disse nesta segunda-feira Mourão.
Investimentos à Amazônia
O vice, que participou nesta manhã de um fórum organizado pela BandNews TV, comentou também que o Brasil precisa atrair investimentos dos países dos Brics, especialmente China, Rússia e Índia, para desenvolver a bioeconomia na Amazônia, afirmou nesta segunda-feira (31) o vice-presidente Hamilton Mourão em um fórum sobre o tema.
Em seu discurso, Mourão defendeu que não é suficiente apenas combater o desmatamento e outros crimes na região, mas que a Amazônia precisa ter um novo modelo de desenvolvimento, baseado em pesquisa, e que pode ser o novo polo da bioeconomia no mundo, mas para isso precisa de investimentos.
“A grande questão é atrairmos nossos parceiros dos Brics, que têm recursos, para investirmos na Amazônia. É importante que a gente atraia o capital chinês, russo, indiano e até sul-africano para esse investimento”, defendeu.
O vice-presidente afirmou ainda que o Brasil está comprometido com a sustentabilidade “porque é um país sustentável”.
“Não somos um país predador”, declarou.
Provimentos a militares
Em conversa com jornalistas, Mourão comentou que não considera ético militares acumularem vencimentos pagos pela reserva e por cargo no governo.
Nesta segundo, o jornal O Estado de S.Paulo publicou que o Ministério da Defesa conseguiu aval para que integrantes das Forças Armadas com cargo no governo acumulem remunerações acima do teto do funcionalismo – R$ 39,3 mil –, mas a equipe de Paulo Guedes tenta barrar.
“Tem dois aspectos aí: já tem jurisprudência a respeito, que os proventos de aposentadoria não acumulariam com a questão de abate teto”, disse Mourão. “Agora, número dois, tem a questão ética e moral. Eu claramente sou contra isso aí no momento que nós estamos vivendo. Se estivéssemos numa situação normal, o país com recursos sobrando, tudo bem, mas não é o que está acontecendo.”
Fonte: R7
Créditos: R7