A militante de extrema-direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, divulgou na tarde deste domingo em redes sociais o nome de uma menina de 10 anos grávida após estupro e o endereço do hospital em que está internada. A criança teve o pedido de realização do aborto negado pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, no Espírito Santo, onde mora, e buscou auxílio em outro estado. A Justiça autorizou no sábado a interrupção da gravidez.
confira: Roberto Jefferson, Sara Winter e outros aliados de Bolsonaro tem contas do twitter derrubadas
Na postagem, Sara escreveu em caixa alta o endereço da unidade de saúde, revelou o primeiro nome da criança, e usou o termo “aborteiro” para se referir ao suposto médico que realizaria o procedimento. Em seguida, pediu que seus seguidores rezassem e “colocassem os joelhos no chão”.
Sara Winter, que já fez parte do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, da ministra da Damares Alves, foi presa em junho pela Polícia Federal por sua participação nos chamados “atos antidemocráticos”, que pediam fechamento do STF e do Congresso. Libertada, usa tornozeleira eletrônica.
Para Ariel de Castro, advogado especialista em direitos da infância e juventude consultado por Universa, a divulgação é uma violação do Artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que assegura a preservação da identidade da criança, bem como uma violação do Artigo 286 do Código Penal, que proíbe incitar publicamente a prática de crime.
leia também: Sara Winter antecipou operação contra MBL ainda de madrugada
“Incitar as pessoas a irem até o local é incitar violência contra a criança e contra os profissionais de saúde que irão atendê-la. Ela [Sara] precisaria ser investigada por meio de inquérito policial e pela promotoria da infância e da juventude”, opinou. O advogado sugere investigar como Sara teve acesso à informação. “O funcionário que revela informações também comete crime, pois viola o Artigo 325 do Código Penal”, disse.
Fonte: UOL
Créditos: UOL