Ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do PSL, Luciano Bivar, pretende criar um “bloco iluminista” de partidos no Congresso, defendendo que é preciso “resgatar ideais do iluminismo do século 18 da França para o Brasil do Século 21”.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Bivar diz que PSL, PSC, PTB, PROS e outros estão interessados na formação do grupo, que promete “adotar comportamento dirigido pelas luzes da razão”.
Contudo, o início do movimento já apresenta uma contradição, visto que Bivar diz em artigo que “os pontos inabaláveis desse grupo de líderes repousam na defesa e no respeito às instituições do país”, mas um dos possíveis integrantes do grupo, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, é um dos principais defensores de que Bolsonaro radicalize ainda mais o discurso e a ação.
Ex-aliado de Collor e condenado no mensalão, o petebista já apareceu em fotos segurando um fuzil e defendendo que o presidente “demita” os 11 ministros do STF, ação que não encontra amparo na Constituição.
O BLOCO ILUMINISTA
PSL, PSC, PTB, PROS e possivelmente outros partidos que já demonstraram interesse estão consolidando novo bloco parlamentar no Congresso. O objetivo é resgatar os ideais do movimento iluminista do século XVIII da França para o Brasil do Século XXI.
Não é um movimento harmônico, quer dizer, não se trata de um conjunto de ideias sistemáticas ou uma escala. Cada partido manterá sua linha ideológica e seus princípios.
O que se propõe é adotar comportamento dirigido pelas luzes da razão, para que o parlamento brasileiro possa de fato contribuir para o progresso intelectual, social e moral do país.
O nosso parlamento está repleto de jovens idealistas de primeiro mandato que anseiam por mudanças, que desejam sair da caverna que cega os olhos de muitos e dessa forma conduzir a política brasileira com base no conhecimento científico e racional.
Os pontos comuns e inabaláveis desse grupo de líderes partidários repousam na defesa e no respeito às instituições do nosso país.
O caminho não poderia ser diferente, pois não podemos correr o risco de abrir espaço para ditaduras despóticas ou de cair na barbárie, como aconteceu num passado recente na Iugoslávia e no Afeganistão.
Vivemos tempos difíceis, quando a democracia sofre ameaças a todo momento. Um parlamento independente, com deputados e senadores que não se deixem levar por sentimentos de rebanho é a melhor opção para que possamos ser livres e construir nosso futuro de acordo com os princípios republicanos.
Nosso sentimento não é hermético e obtuso, ao contrário, é liberal, laico e principalmente independente, para que o exercício da atividade política seja feito à luz da razão e dessa forma possamos atingir os objetivos econômicos, sociais e morais.
Luciano Caldas Bivar
Presidente Nacional do PSL
Fonte: Folha de São Paulo
Créditos: Folha de São Paulo