MISSA DE SÉTIMO DIA: Juazeirinho e meu amigo Genivalzinho - Por Rui Galdino

Meus amigos, minhas amigas, meus caros leitores. Hoje, sábado, 25/07/2020, faz 7 dias da morte do deputado Genival Matias, meu amigo de infância. Estava em casa na manhã do último domingo ( 19/07/2020 ), tomando umas e outras, quando de repente vejo nas redes sociais a notícia inesperada do falecimento de Genival, num acidente náutico, em praia pernambucana. Confesso, que no momento não acreditei, achei que fosse fake news, então, logo telefonei para o deputado Eduardo Carneiro, e ele me confirmou a triste notícia. Puxa vida, fiquei atordoado e sem entender aquela notícia inesperada. Não queria acreditar!

Fiquei arrasado, parei tudo que estava fazendo, desliguei a boa música que estava ouvindo e me recolhi para orar. Até então, não sabia dos detalhes da sua morte, fiquei sabendo depois, porém, naquele momento de tristeza, só me restou pedir a Deus, conforto para sua família e um bom lugar no Paraíso para GENIVALZINHO. Sim, era meu amigo de infância! Poucos sabem, porém, nos idos dos anos 70, ainda crianças, convivemos juntos nas ruas da querida cidade de Juazeirinho-PB, brincando nos dois corações da praça da Igreja ( infelizmente, não existem mais ), jogando bola no campo da Saelpa, nas discotecas dominicais em Mailton Motta ( Motta Som ), frequentando sítios e fazendas dos nossos pais, etc, etc, etc. Seu pai, Dr. Genival ( in memorian ), era amigo do meu pai ( Dr. Rui, hoje com 95 anos de idade bem vividos ) ambos juízes, um federal, outro estadual, enfim, sempre fomos amigos de toda família Matias.

Na verdade, nascemos em João Pessoa, porém, Juazeirinho, a terra de pouca água, a terra da pipoca, da pinha, do imbú, terra de mulher bonita, dos times de futebol ( Guarani e Milionário ), do campo grande, do padroeiro São José, do padre João Batista, da estação de trem, do bar de João Vital, do açude da rua, dos tanques de pedra, do serrote da caixa d´água, da farmácia de João Bocão, da padaria de Antônio Fernandes, do distrito da Barra e Ipueiras, da bonita igreja matriz ( lá fiz minha 1ª comunhão ), do analzinho Démil ( in memorian – também meu amigo de infância ), do famoso “tranca rua”, dos filmes que passava no mercado público, das tradicionais famílias Matias e Marinheiro ( adversários políticos ), etc, Juazeirinho era o nosso xodó, a vida de crianças felizes soltas na buraqueira e sem nada temer! Lá, aprendi a ler e escrever, estudei no Grupo Escolar Marechal Almeida Barreto ( onde foi velado o corpo de Genivalzinho) e depois, no Colégio Municipal Severino Marinheiro ( da grande diretora Rosinha Marinheiro ). Meu Deus, quanta saudade boa desse tempo! Das professoras Edite, Dona Zefinha, Dona Marina, dos professores que vinham de Campina Grande nos ensinar… O chamava carinhosamente de Genivalzinho e ele me chamava de Ruíto, e assim, éramos conhecidos em Juazeirinho…

Em João Pessoa, a amizade e convivência continuava na Rua Santos Dumont, centro da capital, éramos desbravadores da Lagoa do Parque Solon de Lucena, da novidade das escadas rolantes do Lojão do Sr. Manoel Pires ( Granpires ), dos pés de jambo da nossa rua, do pé de sapoti que tinha no quintal de sua casa. Brincávamos de Forte Apache, de pega vareta, de 31 alerta, levamos algumas carreiras da folclórica e inesquecível patriota “Vassoura” montada em seu cavalo ( Maria Isabel Bandeira Brasileira ), éramos crianças traquinas, com muita energia, kkkkkk… assistíamos na TV colorida ( novidade da época ), os programas vespertinos Viagem ao Fundo do Mar, Durango Kid, Tarzan, Gerônimo o herói do sertão, etc. Que tempo extraordinário e de lembranças eternas…! Desculpem, mas ao lembrar de tudo isso, confesso que ESTOU CHORANDO… Vou parar um pouco de escrever, tomar uma água e depois volto…!

Voltando após 40 minutos… Na nossa juventude, estudamos na UNIPÊ, trabalhamos juntos na assessoria do eterno e inesquecível líder político e também sempre amigo, Wilson Braga. Eu e Genivalzinho, tivemos uma longa e bonita história ao lado de Braga. Da infância à vida adulta, sempre estivemos por perto. Até a nossa idade é a mesma, ou seja, 53 primaveras… Atualmente, morávamos vizinhos e no mesmo bairro, no entanto, cada um no seu mistér e corre e corre da vida, porém, sempre próximos um do outro. Incrível! Nosso último encontro e conversa a sós, foi no Shopping Pátio Alti Plano, na capital paraibana.

Genivalzinho, era um ser humano extraordinário, conciliador, grande articulador político, um verdadeiro construtor de amizades. De vez em quando, conversávamos sobre o seu futuro político e já planejávamos a sua candidatura a deputado federal em 2022. Só que de repente, tudo mudou, pois, o famigerado AVC hemorrágico, em pleno mar pernambucano, numa manhã de domingo ensolarada e de diversão, lhe tirou da nossa convivência. Infelizmente, Genivalzinho, já não está mais entre nós, morreu em plena ascensão de vida, no auge dos seus sonhos. Deus lhe chamou! Mistérios Divino que não sabemos explicar!