Conhecido por apresentar histórias de vivências particulares ou ficção, usando criatividade e domínio do idioma, o escritor é o responsável por informar, cativar e divertir através da arte da escrita. No entanto, o ofício do escritor vem mudando de formato para adaptar as histórias às novas formas de consumo por meio das tecnologias.
Uma pesquisa americana realizada pelo Authors Guild revelou que a era digital está afetando as finanças dos autores de livros e apontou que a renda dos escritores em 2015 caiu 30% com relação a 2009.
Se por um lado a produção de livros impressos sentiu os impactos trazidos pela modernidade, por outro, existem escritores que viram o novo momento como oportunidade para se lançar no mercado. É que a publicação de um livro no formato tradicional inclui muitos desafios, dentre eles encontrar uma editora que se interesse pelo seu perfil e o alto custo de impressão.
Para o escritor moçambicano Mia Couto, a produção e o consumo de e-book’s devem se tornar mais populares nos países que têm a Língua Portuguesa em comum. Durante participação no Congresso Virtual da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em maio deste ano, o escritor opinou sobre o mercado literário na era digital, em especial, na pandemia.
“O mercado literário estava em uma grande crise, não só as livrarias estão fechando, mas as editoras também entraram em crise. É possível que o livro eletrônico, o e-book, possa se implantar mais no espaço da nossa Língua Portuguesa. O e-book é muito pouco vendido nos nossos países. Pode ser que agora, com a pandemia, esse tipo de leitura possa ser maior”, disse Mia Couto.
O fotógrafo e escritor Gilucci Augusto é do time que prefere o livro impresso. Autor de dois livros físicos, Gilucci se preparava para lançar mais uma obra impressa, mas diante do cenário da pandemia reformulou seus planos e decidiu lançar seus novos produtos em uma plataforma digital.
Gilucci apostou em uma produção independente, através da Amazon. Em período de pré-venda, ele se orgulha de levar para o público suas histórias “Quintal: Diário para vaga-lumes em dias de chuva” e “Abákunhãúna Moendy – Ritos e Raízes”.
A velocidade para publicar um livro digital e o baixo investimento de produção da obra são apontados por Gilucci como facilitadores. “O livro impresso é mais desafiador porque envolve mais tempo, mais pessoas. Se tratando de livro impresso, você entrega o texto para a editora e ela resolve quase tudo para você. Já para publicar um livro digital, eu não tive tantos custos. O maior desafio foi aprender as ferramentas”, relata.
Quem ganha com isso são os leitores que passam a ter acesso a uma vasta obra literária a preços bem mais acessíveis. Os livros assinados por Gilucci, por exemplo, chegam às prateleiras virtuais custando menos de R$ 10. “Quintal: Diário para vaga-lumes em dias de chuva” pode ser adquirido por R$ 5,99 e “Abákunhãúna Moendy – Ritos e Raízes” exige um investimento de R$ 9,99.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba