Vereador também é gente

Rubens Nóbrega

Temos boas opções entre os candidatos a vereador da Capital. Se o eleitor tiver paciência e procurar direitinho, pesquisar a ficha de cada um, pesar e medir o potencial da possível escolha, certamente vai encontrar um bom nome para dar o seu voto.
Temos 631 candidatos para 27 vagas em João Pessoa. Não é possível que você, amiga ou amigo, não encontre um que preste. Este colunista, particularmente, acredita que a maioria dos postulantes tem boa intenção e pode fazer bonito se chegar lá.
Como não cabe todo mundo, temos que filtrar e eleger uma boa Câmara, mandando pra lá pessoas que a gente conhece, confia ou delas têm boas referências. E se não tiver a quem pedir uma dica, aí vai uma boa: visite o portal do TSE.
Lá, faça um pouco o exercício de peneira abrindo o DivulgCand no tse.jus.br, onde estão alguns dados básicos dos candidatos registrados, inclusive sobre o patrimônio de cada um. Pode ser um parâmetro interessante para você.
Já fiz minha visita ao DivulgCand e dei uma olhada no ‘nosso pessoal’, ou seja, os candidatos a vereador da Capital. A partir daí, comecei a relacionar pretendentes que tenho na conta de merecedores de uma vaga na nossa Câmara de Vereadores.

Alguns nomes sugeríveis

Começo por Abraão, bananeirense de primeira linha que foi meu colega de trabalho na UFPB. E depois de um possível estreante, anote aí um menino que já se mostrou veterano logo no primeiro mandato: Bruno Farias. Fernando Milanez é outro que não faria mal se reconduzido, juntamente com Zezinho Botafogo, Sandra Marrocos, Bira, Pedro Coutinho e Eliza Virgínia.

E que tal formarmos uma bancada de juristas militantes com Anselmo Castilho, Antônio Barbosa e Camilo Macedo, advogados com respeitável histórico de inserção nos movimentos sociais, sindicais e partidários? Muito bom também será ter na Câmara um bloco de artistas da terra, puxado por Fuba, Lis Albuquerque, Fuba, Roberto Tuareg’s, Marcelo Piancó, Biuzinha e Cicinho Lima.
Eita, peraí… Só citei duas mulheres? Não seja por isso. Vamos trazer Paula Frassineti de volta e reforçar a ala feminina com Ana Paula Ramalho, Helena de Holanda, Rejane Marinho e Doutora Socorro Gadelha. Não podem faltar ainda lideranças de bairro, feito Carlos Santos e Possidônio, ou de segmentos profissionais como os economiários Djanilson Faca Cega e Fernando Lopes ou um comerciário de excelente formação política do nível de Eliezer Gomes.
Recomendaria ainda os colegas Neno Rabello, Jonas Batista e Sandro Galvão, mais o Coronel Kelson, o Padre Júnior, Raoni Mendes, Marcos Vinicius e Rômulo do Creci, além de uma pessoa muito especial como Santino. A juventude da cidade, por sua vez, estaria muito bem representada por Léo Bezerra, Lucas (Santiago), Fábio Panta e Damásio Franca Neto.
Se não somei errado, dá 38. Ou seja, apenas com esses dá pra ter uma Câmara eclética, bastante representativa, de uma representatividade bem diversificada, e mais onze suplentes que jamais farão vergonha se ascenderem ao time titular.
Boa sorte, boa escolha e um bom voto, então, para todos e todas.

O vereador é necessário

Desqualificar vereador virou esporte nacional dos mais praticados em época de eleição. A bem da verdade, muitos merecem as críticas porque deram fama ruim não apenas aos próprios mandatos. Os maus conseguiram sujar o cartaz das câmaras municipais, dando gás a quem propõe a extinção pura e simples do parlamento local ou, no mínimo, o fim do vereador pago pelo contribuinte.
Apoiaria essa última proposta se ela fosse estendida aos deputados estaduais, federais e senadores. Por que penalizar apenas e justamente o legislativo mais acessível, aquele que pode influir e decidir nos interesses mais imediatos do cidadão, sobretudo quanto à regulação do espaço urbano, dos bens e serviços públicos e possibilidades do melhor uso desse patrimônio por seus legítimos donos?
A Câmara é o lócus da interação legítima e mais direta entre representantes e representados em torno dos fatos e atos da vida real, vida que acontece de verdade na casa da gente, na rua, na cidade, no município, enfim. Tem sido assim ao longo do processo civilizatório, das ágoras atenienses na Antiguidade às cortes locais portuguesas da Idade Média, de que participavam tanto a nobreza como o clero e a plebe.

Só com prefeito não dá

Positivamente, não jogo no time daqueles que por preconceito, intolerância ou elitismo só admitem como válidos e necessários o Congresso e as assembleias estaduais. Já imaginou uma cidade sem câmara de vereadores, governada apenas pelo executivo municipal? Com os prefeitos que temos, não tenho dúvida de que vereador é no máximo um mal menor, além de necessário.
Daí por que defendo as câmaras e a manutenção dos vereadores, apostando que um dia faremos uma reforma política digna desse nome que servirá, inclusive, para moralizar tanto a atividade partidária e eleitoral como também a legislativa. Vai acontecer mais cedo ou mais tarde e quando vier aproveitaremos para cobrar e pressionar por regramentos e limites rigorosos nos gastos com os nossos eleitos.