O alienado não consegue ter opinião própria porque está resignado a viver na ignorância. Faz opção por seguir o rastro de alguns aproveitadores da boa fé dos incautos. Tem facilidade em adotar modismos. Vive ao sabor de interesses que não são necessariamente os seus, mas deixa-se imaginar que são. Pratica a tolerância irresponsável, submetendo-se aos caprichos de lideranças mal intencionadas. Não desenvolve qualquer esforço mental para entender o que vê e o que ouve. Quase sempre age impulsionado por considerações emotivas. Por comodismo aceita e defende pontos de vista que não foram construídos por sua consciência individual. Acompanha o raciocínio do que entende ser da maioria.
Permite ser facilmente manipulável pela propaganda. Foge das controvérsias, rejeitando participar de debates racionais. Concorda com a primeira informação para evitar conflito de ideias. Mostra-se incapaz de debater com argumentos ou contra-argumentos originados do seu próprio pensar. É vítima dos grupos de pressão e se incorpora ao que comumente se chama “massa de manobra”. O alienado pauta suas decisões com base exclusivamente na considerada “opinião pública”.
A posição do “alienado” no mundo social é o da aceitação em ser conduzido por outros. Ao recusar decidir sobre seu próprio destino, cria “mitos” nos quais vai se espelhar. Se integra à legião de despolitizados que apoia “novidades” inconsequentes, dando atenção a conteúdos inúteis e acreditando em informações sem questioná-las. Quando vejo muita gente comportando-se como alienados politicamente, me vem à lembrança uma frase de Shakespeare expressando perplexidade diante de uma realidade difícil de ser aceita: “Que época terrível é esta, onde os idiotas dirigem cegos?”.
A alienação é caminho para a servidão. Através dela a sociedade se esconde por medo ou pelo pânico a que foi induzida sentir, produzindo a inércia. É muito triste ver pessoas fechando os olhos para as evidências. Quando os alienados vão compreender que pensar é viver? Mentes atrofiadas se submetem a discursos de sociopatas, que reverberam a volta das amarras. É necessário fugir dos padrões da massa alienada. É perceptível o interesse em tumultuar o desenvolvimento de consciências e com isso escravizar a maioria. O problema é que as fraquezas humanas são contagiosas.
A evidente falta de autoconfiança é uma característica do alienado. Ele não tem conhecimento real de nada na vida, nem quer ter. Não conquista nada por meio do esforço ou do pensamento. Tem pouca ou nenhuma imaginação. O pior é que existe indivíduos que sentem necessidade de ser alienados.
Rui Leitão
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba