Uma semana dramática para o governador

Nonato Guedes

Esta semana, que sinaliza para a realização, no domingo, do primeiro turno das eleições municipais em todo o país, será particularmente dramática para o governador Ricardo Coutinho (PSB) em João Pessoa, maior colégio eleitoral da Paraíba. O seu desafio será o de transferir votos pessoais e influência indireta da ação administrativa que desenvolve para alavancar em definitivo a candidatura de Estelizabel Bezerra, do seu partido, que tem experimentado um crescimento lento em pesquisas e mantém-se na quarta posição. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hervázio Bezerra, que embora seja filiado ao PSDB apoia a candidatura de Estelizabel, voltou a insistir no peso da influência que Ricardo Coutinho sempre deteve em João Pessoa, conquistada nos mandatos de vereador, prefeito (por duas vezes) e deputado estadual, que exerceu. “É uma temeridade subestimar o prestígio do governador. Ele será o fiel da balança nesta eleição”, prognosticou Hervázio Bezerra.

As últimas pesquisas divulgadas por jornais locais apontam um crescimento espetacular do candidato do PT, deputado Luciano Cartaxo, que é apoiado pelo prefeito Luciano Agra (rompido com o governador por não ter conseguido respaldo para a indicação do seu nome à reeleição). Cartaxo tem como vice o jornalista Nonato Bandeira, do PPS, ex-secretário de Comunicação do governo estadual. Nas últimas intervenções feitas, em manifestações, Nonato Bandeira exortou o governador a ter “compostura” no pleito, criticando a postura que estaria sendo usada pelo chefe do Executivo, baseada num suposto vale-tudo para eleger Estelizabel de qualquer forma. Estelizabel é neófita na disputa política propriamente dita, mas é avaliada como bem preparada, e tem domínio de conhecimento da realidade administrativa municipal, por ter sido, até bem pouco tempo, secretária de Planejamento. Ela também é respeitada como boa expositora. Seus seguidores dizem que Estelizabel faz diagnósticos precisos das carências enfrentadas pela população, o que lhe dá vantagem na medição com os outros postulantes, pelo menos nos debates em emissoras de rádio e televisão.