O atual presidente da república é polêmico por natureza. Ele tem uma vocação extraordinária para provocar controvérsias, ir para o antagonismo de pontos de vista, produzir divergências de opinião. Suas declarações, além de surpreendentes por serem inadequadas para quem tem a responsabilidade de administrar o país, suscitam confusão entre aliados e geram conflitos entre os governados.
O mais preocupante é que ele não mostra firmeza no que diz, exatamente porque age por impulso, fala sem pensar, decide sem avaliar as conseqüências. Ao que deixa transparecer, detesta viver em paz, é alguém que traz na personalidade um espírito de beligerância, diverte-se em desencadear um clima de desarmonia. Tanto isso é verdade que o símbolo de sua campanha era o gesto feito com as mãos, como se estivesse empunhando uma arma de fogo.
O seu comportamento dificulta a promoção da reunificação do país. O resultado passa a ser exatamente o contrário, tornando-o cada vez mais dividido. É preciso por um fim no ambiente de confronto da campanha eleitoral, que tem inibido o diálogo civilizado dos contrários. O círculo íntimo do poder e da família, tem desestimulado a moderação que se faz necessária num comandante político.
Ele faz questão de tratar adversários como inimigos e reverberar seus discursos de campanha quando emergiam sentimentos de ranço ideológico e manifestações de autoritarismo, próprias de quem não respeita a democracia. O Brasil quer paz e ela nunca será alcançada na pregação de atitudes violentas. O líder de uma nação tem que ser sensato, ter paciência, respeitar para ser respeitado, nunca abrir mão do seu compromisso com a verdade, adotar posturas éticas e honestas, transmitir confiança no que faz e no que diz, conquistar adesão para os seus projetos por convencimento e nunca por imposição. O polemista se distancia desse perfil.
Rui Leitão
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba