Em apenas três meses no ar com a CNN, Reinaldo Gottino, que começou sua carreira trabalhando com esporte, teve passagens que ficarão marcadas para sempre. A fatídica entrevista com Regina Duarte no “Breaking News” é uma delas. Secretária da Cultura na época, a atriz minimizou as mortes ocorridas durante a ditadura e se mostrou contrariada ao ouvir crítica de Maitê Proença. Em entrevista ao UOL Esporte, o âncora disse não concordar com ela.
“Ninguém fez absolutamente nada. A entrevista se encaminhou sozinha para aquilo, através das falas da entrevistada. Eu, particularmente, achei um ponto ali que eu discordei, que eu mexi a cabeça. Não concordei quando ela minimiza a ditadura. Eu acho que a ditadura não se discute. É um momento triste da nossa história. Não importa se você sofreu ou não com esse momento. É uma história que aconteceu no nosso país, que tirou direitos, pessoas morreram e eu acho que isso não se discute”.
Na ocasião, Regina Duarte disse que “na humanidade não para de morrer” gente, que não entendia o espanto e que não queria “arrastar um cemitério de mortos nas costas”. Para Gottino, ele e os colegas Daniele Lima e Daniel Adjuto apenas cumpriram a missão da profissão ao questioná-la sobre o tema.
“Faltou um pouco de preparo dela. Ela tinha que ter feito um media training. Depois desse episódio, ela foi buscar. É importante ter para não ficar tensa, não ficar nervosa, porque os jornalistas estão ali para perguntar. Quando ela fala: ‘Poxa, mas estão me perguntando’. Se eu não puder fazer as perguntas que eu quero fazer, eu não participo da entrevista. Jornalismo é você questionar. Cabe ao entrevistado se ele quer responder ou não. Em casa, vão fazer a sua própria leitura, mas o meu papel é perguntar”, exaltou.
Fonte: Uol
Créditos: Uol