Um dia depois da operação da Polícia Federal que atingiu produtores e financiadores de fake news, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) apareceu de número novo no grupo da Câmara Municipal do Rio. Ao entrar no espaço virtual, o parlamentar – que não foi alvo da operação – já xingou os colegas de Câmara. “VTNC, PT e piçóu. Vamos avançar, seus merdas”, publicou, sem contexto e em referência ao PT e ao Psol.
Indignado com a atitude, o vereador psolista Renato Cinco expôs um print da conversa nas redes sociais, sem censurar o número de Carlos. Em resposta, o filho de Bolsonaro perguntou se o parlamentar estava “fumando estrume” e o chamou de imbecil, segundo as mensagens às quais o Estadão teve acesso após confirmar nota publicada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Depois, disse ainda que adotaria medidas jurídicas contra Cinco por causa da exposição.
Outro alvo foi Reimont (PT), que havia sugerido a Carlos que essas mensagens deveriam ser encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi quando o filho de Bolsonaro recomendou que o petista as mandasse para “sua mãe”.
A trama aconteceu nesta quinta-feira. Hoje, Carlos voltou atrás. Pediu desculpas e alegou aos colegas que tem sido provocado. O principal motivo para as agressões escritas do ’02’ teria sido o fato de o vereador Leonel Brizola Neto (Psol) ter chamado Leandro Lyra (Republicanos) de “menino do Carluxo”, referindo-se ao fato de Lyra ser o principal aliado de Carlos na Câmara.
O Conselho de Ética chegou a ser acionado na semana passada por causa da frequência com que essas brigas vêm acontecendo. Em uma delas, em plena sessão virtual, Lyra reclamou que as universidades públicas fazem atos pela memória da vereadora assassinada Marielle Franco. Tarcísio Motta (Psol) se revoltou, pediu para ele lavar a boca e o chamou de “vereadorzinho de merda”.
Nas sessões, ‘Brizolinha’, como é conhecido o neto do ex-governador Leonel Brizola, já levantou um cartaz com os dizeres “Poodle do Bolsonaro” durante uma fala de Lyra. Quando o psolista reclamou da baixaria toda no grupo do WhatsApp, Carlos perguntou se ele “queima ou cheira”, numa alusão a drogas.
“Essa situação já passou de todos os limites. Quem não está acostumado com palavrões e falta de respeito, se constrange. Eu me sinto muito desrespeitada no ambiente de trabalho”, reclamou a vereadora Teresa Bergher (Cidadania).
Fonte: Terra
Créditos: Terra