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ALIADOS: Governo entrega ao PSD presidência de órgão do Ministério da Saúde

Outros cargos dentro do Ministério da Saúde também estão em negociação com os políticos

Em mais um gesto de aproximação com os partidos de centro no Congresso Nacional, o governo entregou ao PSD a presidência da Fundação Nacional de Saúde, a Funasa. A sigla comandada pelo ex-ministro Gilberto Kassab emplacou o comandante da Polícia Militar de Minas Geras, Giovanne Gomes da Silva, no controle do órgão com orçamento estimado em R$ 3 bilhões.

Outros cargos dentro do Ministério da Saúde também estão em negociação com os políticos, incluindo a Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde, posto ocupado anteriormente por Wanderson de Oliveira. Segundo fontes que acompanham de perto as conversas, o cargo foi oferecido ao PL, de Valdemar Costa Neto, condenado no esquema do mensalão. O partido já emplacou duas diretorias no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE.

O interesse do governo pela formação de uma base de apoio no Legislativo vem no momento em que o presidente Jair Bolsonaro é investigado sobre a suposta interferência política na Polícia Federal, segundo acusações do ex-ministro Sérgio Moro, e a oposição se movimenta por uma CPI e pressiona pela abertura de um pedido de impeachment.

O Progressistas e o Republicanos já emplacaram, respectivamente, aliados no Departamento Nacional de Obras Contra Secas, o Dnocs, e na Secretaria de Mobilidade Urbana do Ministério do Desenvolvimento Regional.

A expectativa dos parlamentares que negociam mais cargos no segundo e terceiro escalões é para que novas indicações sejam concretizadas nos próximos dias. O Palácio do Planalto alega que o ritmo das nomeações depende do pente-fino realizado para privilegiar critérios técnicos dos indicados. Mas, a liberação também tem sido feita a “conta gotas” porque a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política, quer testar a fidelidade da base de apoio que está construindo.

As negociações, no entanto, já surtiram efeito prático. Na discussão da Medida Provisória sobre redução de jornada e salários, na Câmara dos Deputados, o governo conseguiu reverter uma mudança feita pelo relator, deputado Orlando Silva, que aumentaria em R$ 20 bilhões os gastos da União com a compensação salarial. A articulação que beneficiou o Palácio do Planalto foi liderada pelo PP.

Fonte: CNN Brasil
Créditos: CNN Brasil