Técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estudam reduzir o conteúdo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, uma ideia seria fazer apenas um dia de prova, em vez dos dois que acontecem normalmente. Dessa forma, o Enem teria menos questões. Hoje são 180 testes e uma redação.
O Inep anunciou anteontem o adiamento do exame, que é o maior vestibular do País, e estava marcado para 1.º e 8 de novembro.
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Mais de 4 milhões de estudantes já se inscreveram – as inscrições terminam nesta sexta. O Inep, que faz parte do Ministério da Educação (MEC), não definiu ainda uma nova data. Mesmo assim, a página do Enem na internet ainda informava até a tarde desta quinta-feira que não haveria adiamento.
De acordo com técnicos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, os estudos estão tentando calcular quantas perguntas podem ser retiradas para que fique só um dia de prova, mas não tão longo. É importante também manter a precisão do modelo estatístico, a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Por ela, as perguntas são calibradas, em testes anteriores, para se saber se são fáceis, médias ou difíceis. A intenção é manter o grau de dificuldade.
Hoje, são 45 questões de cada área (Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática). Uma possibilidade seria diminuir para 30 de cada, o que daria um total de 120 questões.
Os técnicos buscam incluir perguntas com enunciados menores para que a prova possa ser feita mais rapidamente. Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, um Enem “mais leve” é um pedido de entidades de universidades privadas, que veem o adiamento da prova como um problema para o ano letivo de 2021.
O diretor do Semesp, que representa as instituições particulares de São Paulo, Rodrigo Capelato, diz que um dia só de prova poderia tornar o processo mais rápido. “Os alunos não fazem nada antes de sair a nota do Enem”, diz.
Segundo ele, os estudantes só decidem por uma universidade particular depois de saberem que não conseguiram uma vaga nas públicas, pelo Sisu, que usa a nota do Enem. Ele acredita que uma prova reduzida – inclusive sem a redação – faria o Inep corrigir mais rápido os milhões de exames. O processo para liberação da nota costuma durar dois meses.
O diretor do Colégio Bandeirantes, Mauro Aguiar, sugere o mesmo. “Quem conhece avaliação acha desaconselhável redação em exames envolvendo massa de candidatos. Há dificuldades para minimizar o subjetivismo”, diz.
Ele cita exames americanos de admissão em universidades, como o Teste de Aptidão Escolar (SAT, na sigla em inglês). Técnicos do Inep, no entanto, não pensam em eliminar a redação pelo significado dela na prova. “Seria uma sinalização ruim para o ensino médio, de que não há necessidade de escrever”, diz um funcionário que pediu para seu nome não ser divulgado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Noticias ao minuto