Compra de votos na mira

Rubens Nóbrega

Vibrei com a notícia divulgada ontem pelo JP online (jornaldaparaiba.com.br) sobre o empenho da Justiça Eleitoral na Paraíba em coibir a compra de votos nas eleições de outubro próximo, principalmente na Capital.

Presumo que o trabalho não se limite à compra direta, aquela que envolve dinheiro vivo entregue ao eleitor. Certamente a fiscalização deve estar interessada também em outras modalidades de compra de voto.

A atenção deve ser redobrada, sobretudo, em relação à compra que é mais troca, porque promove a distribuição de bens e benesses desde o milheiro de tijolo para aquele puxadinho na casa do eleitor ao pagamento das contas de sobrevivência.

Refiro-me às contas de água, luz, aluguel, fiado no mercadinho, mercearia, barraca… Pode ser ainda a distribuição de vale-gás, vale-feira, vale-combustível ou vale-remédio nos estabelecimentos ‘conveniados’ com a campanha que usa tal esquema.
Pior é saber que há muitos outros meios de burlar a vigilância da Justiça, alguns bem criativos, por vezes sofisticados e pretensamente discretos, a exemplo de um sobre o qual me falaram nesse final de semana.

Trata-se de um poderoso esquema de recrutamento em larga escala de cabos eleitorais e eleitores cativos, que envolveria milhões de reais, algo somente acessível a campanhas ricas ou sustentadas pela Viúva.

Funcionaria assim: escolhidos entre pessoas da mais absoluta confiança do núcleo dirigente da campanha, os recrutadores ganhariam R$ 200 por cada novo cabo eleitoral confiável que arranjar.

Os novos engajados, por sua vez, seriam estimulados a faturar do mesmo modo formando seus próprios ‘pelotões’ para reforçar o exército de cabos eleitorais. Dizem que o sistema dos ‘duzentinhos’ começou pra valer há três semanas.

Para assegurar o êxito da corrente, seus participantes só devem convidar, preferencialmente, familiares e amigos que possam dar garantias de fidelidade e sigilo.

Por essas e outras, quando digo que vai rolar uma mala pesada nessa campanha, não estou chutando.

Aliás, quando abordei o assunto no Twitter semana passada, uma autoridade municipal postou comentário dizendo ter certeza de que “não vai”, porque já rolou. E citou o Conjunto Gervásio Maia como um dos locais por onde a mala já teria rolado.

De qualquer sorte, vamos apostar no esforço e competência da Justiça Eleitoral, que estaria redobrando os cuidados nessa reta final, como mostra a matéria do JP online.

Polícia já investiga

Sobre o cerco aos compradores de voto, o portal deste JP informou ontem que no último final de semana funcionários da Justiça e policiais civis, militares e federais deram uma incerta em cinco bairros da Capital.

Ações como essa serão repetidas nos próximos dias, admitiu o chefe do cartório da 76ª Zona Eleitoral, Sérgio Grisi de Carvalho, observando que a operação tem o objetivo de mostrar à população que a Justiça Eleitoral está atenta, positiva e operante.

“É para mostrar que estamos atuando e pedir o apoio da população para que as pessoas possam também denunciar”, afirmou o Doutor Sérgio Grisi, acrescentando que já estão sendo investigadas denúncias sobre compra de votos em João Pessoa.

A investigação está sendo feita por serviços de Inteligência das polícias que auxiliam a Justiça Eleitoral.

Novo shopping: terreno livre

Transcrevo adiante esclarecimentos enviados na sexta-feira (14) por Sérgio Gonçalves, gestor de Shoppings do Grupo Marquise. É sobre comentário da coluna em relação à área de Cabedelo onde deverá ser construído o ‘Shopping Intermares’.

***

Prezado Rubens Nóbrega, lendo sua coluna no Jornal da Paraíba esta semana, encontrei uma alusão acerca de possíveis problemas de ordem ambiental no projeto e localização do Shopping Intermares. Sendo assim, em nome do Grupo Marquise, faço os necessários esclarecimentos ao ilustre Colunista.

Em relação ao terreno onde será construído o Shopping Intermares cabe informar que sua área total é de 95.000 m² a partir das margens da BR. 230, se confrontando nos fundos com a via férrea já existente, e ficando vizinho pelo lado esquerdo com o condomínio Vilas do Atlântico.

As áreas de proteção existentes na região são a Floresta Nacional (antiga Mata do Amém), que fica no bairro do Bessa, e a APP Praia do Jacaré, bem mais adiante de nossa área. Portanto, as áreas de proteção mencionadas estão devidamente respeitadas em nosso projeto do Shopping Intermares.

Aproveito a ocasião para informar que estamos à sua disposição para maiores esclarecimentos, como também a apresentação do referido projeto.

Cássio na campanha de Cícero
Para mostrar que não teme as “consequências” anunciadas por Estelizabel Bezerra (PSB), o senador Cássio Cunha Lima entra ao vivo na campanha de Cícero Lucena (PSDB) a prefeito de João Pessoa. Vai ser manhã, na Avenida Cruz das Armas, em palanque armado ao lado do Clube Internacional.