despedida

LUTO NAS ARTES: Jornalista Willis Leal, morre aos 87 anos, no isolamento do Cabo Branco

O artista era poliglota, professor, escritor, jornalista pesquisador e crítico de cinema.

Morreu na madrugada desta quinta-feira (07), em João Pessoa, aos 87 anos, o jornalista Willis Leal. Willis faleceu de parada cardíaca, no bairro de Cabo Branco, em João Pessoa.  A cremação do corpo acontece ainda nesta manhã, o local não foi informado pelos familiares.

O jornalista amigo e vizinho de Willys Leal, Gutemberg Cardoso, disse que ele morreu de isolamento social. “Ele muito comunicativo e interativo não suportava ficar totalmente isolado num quanto de hotel onde morava. Nos últimos dias se negava a comer e não via mais sentido na vida.” disse Gutemberg Cardoso.

Natural de Alagoa Grande (PB), graduou-se em Filosofia, na Faculdade de Filosofia de João Pessoa, FAFI e bacharelou-se em Línguas Neolatinas, na UFPB, especializando-se em Língua e Literatura Francesa.

O artista era poliglota, professor, escritor, jornalista pesquisador e crítico de cinema. Willis foi Incentivado pelo tio, José Leal Ramos, considerado o Decano da Imprensa Paraibana. E Ingressou nos meios de comunicação iniciando a carreira como revisor do Jornal O Norte, ascendendo neste mesmo jornal, à condição de colunista e articulista.

Willis era professor aposentado do Estado, já tendo lecionado Língua e Literatura Francesa no Conservatório Antenor Navarro, e na Escola de Formação de Professores. Nestas últimas duas décadas, ele desenvolveu atividades relacionadas ao turismo, exercendo o cargo de Diretor de Eventos e Operações, junto a Empresa Paraibana de Turismo (EMPETUR). Sempre ligado às atividades jornalísticas e de turismo, teve a oportunidade de viajar muito, conhecendo quase todos os países do mundo. Durante três anos foi o promotor no Estado da Paraíba, do “Concurso Miss Paraíba”, com reconhecimento nacional.

Nos anos sessenta, liderou um grupo de amigos, fundando o Clube dos Solteiros, instalado na Boate Maravilha, na praia de Tambaú, sendo hoje, conhecido como “o último dos solteiros” daquele grupo. Atuou na imprensa como crítico cinematográfico, divulgando os seus trabalhos nos jornais da cidade, em revistas especializadas e até no exterior.

Atuando como pesquisador de cinema foi o primeiro sucessor da cadeira Nº 32. Além de colaborar com jornais e revistas paraibanas escrevendo artigos sobre Turismo, Willis também escreve sobre cinema. Em 2009 fundou junto com outros amigos a Academia Paraibana de Cinema (APC). É associado da ABRAJET (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo).

Autor de vários livros. Entre suas obras destacam-se “Nordeste no cinema”, “Cinema e província”, “Aventura do amor atonal”, “Verbo e imagem”.

Willis Leal ingressou na Academia Paraibana de Letras, em 29 de maio de 1992, e foi recepcionado pelo acadêmico José Octávio de Arruda Mello.

Na noite do dia 16 de setembro de 2011, Willis lançou o livro “Jamais Deletado”, na Academia Paraibana de Letras. Na ocasião ele recebeu o título de cidadão pessoense, outorgado pelo vereador Tavinho Santos.

Em abril de 2014, mês em que o país relembra o golpe que levou o Brasil ao regime militar em 1964, Willis Leal lançou o livro “Primeiro de Abril, Antes e Depois de 1964”.

Segundo Willis, o livro não havia outra data a ser lançada, se não o 1º de abril. “Havia muitas mentiras nesse regime. A maior delas é que naqueles vinte anos vivíamos em uma democracia e o livro traz todo esse espírito de 1º de abril”. As narrativas de Willis são baseadas em fatos vivenciados e observados pelo próprio autor, todas contadas sob uma linguagem leve, recheadas de humor e brincadeiras.

Na época da ditadura militar, o escritor chegou a ser preso no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, acusado de ser o autor que jogou uma bomba para matar o ex-presidente Costa e Silva. As narrativas de Willis são baseadas em fatos vivenciados e observados pelo próprio autor, todas contadas sob uma linguagem leve, recheadas de humor e brincadeiras.

“A melancolia é inerente ao ser humano diante do nascer e do morrer. Todos sabemos que vamos morrer. Se eu morrer, quero morrer vivo, não quero morrer morto”. Willis Leal

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba