O empresário suspeito de vender 22 respiradores pulmonares falsos à Prefeitura de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, foi preso, nessa quinta-feira (30), no município tentando desbloquear R$ 3 milhões que a Polícia Civil havia bloqueado da conta bancária da empresa quando o crime foi registrado.
A ocorrência foi registrada pela Secretaria Municipal de Saúde no dia 22 de abril.
O G1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
Diante da situação da pandemia, os aparelhos foram comprados em processo de dispensa de licitação, por meio de uma empresa com sede em Palmas (TO). No contrato ficou estabelecido que o pagamento seria após a entrega dos aparelhos, que ficou marcada para as datas de 16 e 17 de abril, na cidade de Goiânia (GO).
A polícia informou que as investigações identificaram que o suspeito adquiriu monitores cardíacos por R$ 10 mil, adulterou o produto para dar aparência de ventiladores, e revendeu à prefeitura por R$ 190 mil cada. Ao todo, foram gastos R$ 4,1 milhões.
De acordo com a polícia, uma equioe da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) foi até Palmas (TO), onde supostamente ficava a sede da empresa, mas o responsável por ela não estava no local.
Nesta quinta-feira, a equipe da Derf recebeu informações que o suspeito estava em Rondonópolis para tentar desbloquear os valores da conta. No fim da tarde, ele foi localizado e preso.
O empresário teve o mandado de prisão representado pela Polícia Civil e decretado pela Justiça.
A compra
Os respiradores foram comprados para atender pacientes graves da Covid-19 no município. Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), nessa quinta-feira (30), foram confirmados 48 casos da doença no município e duas mortes.
Após negociações, uma equipe da Prefeitura de Rondonópolis foi até a Goiânia para buscar os aparelhos.
Antes de fazer o carregamento, foram feitas fotos dos equipamentos e encaminhadas para a Secretaria de Saúde, sendo demonstrados pelos adesivos que se tratavam dos ventiladores pulmonares.
Desta forma, o pagamento foi efetuado pela prefeitura, porém, quando os equipamentos chegaram, na quarta-feira (22), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi constatada falsificação, pois se tratavam de monitores com aparência de respiradores, sendo colocados adesivos e manuais como sendo de respiradores.
Antes que a equipe da prefeitura descobrisse a fraude, um representante da empresa entrou em contato com a UPA solicitando para que não abrissem as caixas dos aparelhos até o dia 4 de maio, ocasião em que um autorizado viria até a cidade para a instalação dos equipamentos.
No entanto, antes do prazo estabelecido pela empresa, foi constatada as irregularidades pela secretaria, que denunciou o caso.
O prefeito José Carlos do Pátio disse que um representante da empresa que teria vendido os equipamentos falsos foi até o município, nesta semana, para fazer uma proposta para entrega de respiradores verdadeiros num prazo maior, tendo em vista a pouca oferta do produto no mercado mundial.
No entanto, José disse que não aceitou o novo prazo, o qual não foi divulgado. A empresa, então, se prontificou a apresentar nessa quinta-feira (30) uma nova contraproposta.
Fonte: G1
Créditos: G1