Além de deputados federais, lideranças empresariais e políticas também são alvos do pedido de abertura de inquérito feito na última segunda-feira (20) pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos antidemocráticos de domingo (19). O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao STF nesta segunda-feira (20) a abertura de inquérito para apurar os fatos – possivelmente delituosos – envolvendo a organização de atos contra o regime da democracia participativa brasileira por vários cidadãos.
A nota da assessoria de Aras diz que, entre os cidadãos citados, estão deputados federais. O blog apurou com interlocutores do PGR que, além desses parlamentares – que justificam o pedido direto ao Supremo –, lideranças empresariais e políticas também são suspeitas de organizar e financiar os eventos de domingo. Esses interlocutores disseram ao blog que o pedido de investigação não se refere apenas à manifestação em Brasília, da qual participou o presidente Jair Bolsonaro. Há referências a atos em diferentes cidades do país, como São Paulo.
Durante o ato em Brasília, no qual Bolsonaro discursou, faixas pediam intervenção militar, fechamento do Congresso e do Supremo e volta do AI-5 – o ato mais duro da ditadura militar, que cassou políticos, fechou o Legislativo e permitiu a censura prévia no país.
O pedido de abertura de inquérito tem como alvo os responsáveis por promover e organizar os atos, com base na Lei de Segurança Nacional. A investigação não se estende a quem participou, como o presidente da República. Juridicamente, no entanto, quem participou dos atos públicos e defendeu teses antidemocráticas, como o fechamento do Congresso e do Judiciário, também pode ser investigado. Como o pedido de abertura de inquérito é sigiloso, os nomes de deputados, lideranças políticas e empresariais não foram divulgados. O que se sabe, até o momento, é que a lista de possíveis investigados inclui diversos parlamentares.
Fonte: G1
Créditos: G1