O consenso entre os integrantes do governo e seus apoiadores no Congresso, depois da entrevista concedida ontem por Luiz Henrique Mandetta à TV Globo, é que o ministro está forçando a barra para ser demitido.
Mais uma vez, o ministro fez críticas à postura do presidente Jair Bolsonaro, que quase todo dia causa aglomerações e reclama do isolamento social. Mandetta diz que o brasileiro fica em dúvida se “escuta o ministro da saúde ou se escuta o presidente da República”.
O comentário entre os governistas é que desde o episódio do sai-não-sai da semana passada Mandetta ficou mais à vontade, por conta do apoio dos militares que intercederam para que ele continuasse no cargo. Alguns dizem que o próprio ministro desejava sair naquela oportunidade. Assim, depois do já previsto aumento do número de óbitos na pandemia, poderia adotar o discurso de que se tivesse ficado morreriam menos brasileiros.
O objetivo, segundo essas fontes, é fazer crescer ainda mais a popularidade e construir chances reais de uma candidatura à presidência em 2022.
Um dos parlamentares que tem linha direta com o presidente, no entanto, faz uma aposta categórica: “Não haverá mudança no ministério até o final da crise”. A estratégia é não dar a Mandetta o argumento de que fez falta no ministério, e evitar centralizar todo o desgaste em Bolsonaro.
Mas o explosivo presidente vai continuar aguentando as críticas públicas feitas por integrante de sua própria equipe? Segundo um dos políticos ouvidos pela coluna, “é hora dos profissionais” agirem para que Bolsonaro decida estrategicamente, não por impulso.
* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Polêmica Paraíba
Fonte: UOL
Créditos: UOL