A estupidez humana insiste em ignorar a ciência. Muita gente continua tomando decisões na base do “achismo”. Convicções pessoais rejeitando resultados de pesquisas técnicas. A cegueira ideológica prevalecendo nos tratamentos de saúde que merecem uma orientação científica. A ignorância do fanatismo determinando procedimentos.
A crise sanitária provocada pela pandemia do coronavirus nos coloca diante da realidade inquestionável de que devemos obedecer às orientações científicas. A inobservância disso resulta num alto custo de vidas. Correntes reacionárias e mentes obtusas resistem a compreender que a ciência vale mais do que o “achismo”. Evidências técnicas são desafiadas irresponsavelmente, muitas vezes por paixões políticas. Esse movimento anti-ciência não pode prosperar.
Quem ataca a ciência, ataca a verdade. Precisamos sair da era do “achismo”. No campo das opiniões não chegaremos a lugar nenhum com chances de acerto. Conhecimentos são gerados a partir de pesquisas científicas. Tentam legitimar discursos na descrença e no revisionismo da História, reformulando memórias comprovadas que nos ensinam encarar as verdades que nos instam a pensar o amanhã refletindo a experiência do ontem.
O “achismo” é aquela ideia do quase certeza. Não tem base de sustentabilidade, vazio de conteúdo. Perigosamente em qualquer contexto. Não podemos perder o rumo da verdade. A dúvida é motor da ciência. É preciso ter cuidado com informações veiculadas pela mídia distorcendo achados científicos. Indispensável a verificação da realidade. Nunca deixar sofrer influência por crenças religiosas ou pessoais. Exercitemos nosso olhar para questionar tudo aquilo com o qual nos deparamos.
Não há revolução baseada no “achismo”. Estaremos perdidos quando acharmos que a ciência é desnecessária, achando que ela se restringe á mera opinião. Só a ciência nos leva ao “como” ao “porque”. Sejamos então capacitados a compreender o conflito entre a razão e a emoção, muito mais em situações de conflitos como estamos vivendo. A ciência não pode perder para o achismo.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão