Nesta terça-feira

Maia defende corte de até 20% no salário de servidores durante crise do coronavírus

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu nesta terça-feira (24) que os três poderes avaliem uma redução de até 20% dos salários de servidores para mostrar que estão unidos no combate à pandemia do coronavírus. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Bandeirantes. O deputado afirmou que a medida excluiria servidores que ganham menos e os que estão diretamente envolvidos no combate à doença.
— Os servidores públicos, seja aqueles concursados ou eleitos, todos têm estabilidade. Neste momento, nada mais justo que a gente possa ir dialogando, sem parecer uma coisa oportunista. Aqueles que estão trabalhando de forma remota, que podem dar uma colaboração, é importante — disse.

Maia sugeriu que Legislativo, Executivo e Judiciário avaliem a alternativa nos próximos dias e tomem uma decisão sobre o tema. Segundo o presidente da Câmara, os salários pagos a servidores dos três poderes são da ordem de R$ 200 bilhões por ano.
— Têm salários mais baixos, têm salários mais altos, acima da média dos 10% que ganham mais no Brasil. Então acho que a gente consegue uma economia, se você olhar uns R$ 18 bilhões por mês, se você tirar 15% a 20%, você vai ter uma economia de três meses que ajuda — afirmou.

Conforme os dados citados pelo deputado, isso geraria economia mensal que poderia chegar a R$ 3,6 bilhões. O presidente da Câmara ressaltou que o volume de recursos necessários para o combate ao coronavírus é muito superior — em entrevista na segunda-feira (23), disse que poderia chegar a R$ 400 bilhões.
— Mas tem certas horas que não é só o valor, é o simbolismo dado daqueles que têm uma proteção maior e que estão colaborando com a sociedade brasileira — disse.
Na entrevista, Maia também falou sobre as votações que devem ocorrer na Câmara e que envolvem medidas para contornar a crise sanitária. Segundo o deputado, a votação, remota, deve incluir itens como a proposta de emenda à Constituição (PEC) que segrega o orçamento fiscal do orçamento de ações voltadas ao combate da pandemia.
— Muitas vezes, as pessoas vêm com soluções que são para curto prazo e elas se estendem para sempre, beneficiando setores A, B e C que fizeram uma pressão maior naquele momento. A gente precisa segregar para ter certeza que o orçamento do próximo ano não estará contaminado pelas despesas que estão sendo criadas neste momento para o enfrentamento da crise — enfatizou.
Na pauta também está um projeto na área social, de auxílio de R$ 200 a trabalhadores informais:
— Estamos avaliando se o valor é esse ou se vamos trabalhar com alguma contraproposta. Estamos terminando esse texto hoje (terça-feira).
Maia quer votar ainda projetos de telemedicina e flexibilização de ações demandadas por médicos. O presidente da Câmara também avalia ser possível votar até sexta-feira (27) o chamado Plano Mansueto, pacote de socorro financeiro da União vinculado a medidas de ajuste fiscal.
— Acho que o Estado precisa estar preparado para garantir esses primeiros meses, 60 dias. Não há outro caminho e o parlamento vêm dando as condições que o governo precisa. O estado de calamidade foi aprovado muito rápido, e isso abre um espaço para que o governo possa gastar — disse.

Fonte: gauchazh
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